Cotidiano

Aigle Azur e Azul Linhas Aéreas são notificadas por cancelamentos de voos

Procon-SP quer explicações desde que os voos Paris-Campinas foram cancelados
depois que a Aigle Azur entrou com pedido de recuperação judicial. Segundo órgão, turistas relatam que compra de bilhetes foi feita por meio da Azul. Aeronave é um Airbus A332 da companhia francesa Aigle Azur, mas é operado sob responsabilidade da Azul Linhas Aéreas no Brasil
Reprodução/EPTV
O Procon-SP notificou a companhia aérea francesa Aigle Azur, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a APG Brazil – agência que comercializa passagens aéreas – para que esclareçam em 72 horas sobre a suspensão de dezena de voos desde que a companhia europeia entrou com pedido de recuperação judicial.
Todos os voos Paris-Campinas foram cancelados subitamente na quinta-feira (5). Os que sairiam da capital francesa rumo a Mali e Portugal também. Os trajetos à Ucrânia e Argélia, principal rota da companhia, estão bastante afetados. Todas as vendas de passagens a partir de 10 de setembro foram suspensas.
Em comunicado, o Procon-SP diz que consumidores brasileiros relatam que a aquisição de passagens foi feita por meio da Azul Linhas Aéreas e que não estão conseguindo solução para o problema com a empresa brasileira.
Segundo a BBC, milhares de brasileiros que haviam comprado passagem ficaram sem o bilhete – e muitos deles não receberam o reembolso do valor pago.
Também de acordo com a BBC, a Aigle Azur, sem dinheiro, afirma que não conseguirá indenizar nem sequer repatriar os viajantes que já haviam utilizado a passagem de ida para algum dos destinos que eram oferecidos, a maioria na África.
De acordo com o procedimento de recuperação, enquadrado pela justiça comercial francesa, a empresa tem o prazo até segunda-feira (9) para conseguir um comprador e evitar a falência.
Os últimos 44 voos partiram na sexta-feira (6) do aeroporto de Orly, num clima de desolação tanto de funcionários, quanto de passageiros.
O que o Procon-SP quer saber
Agora notificadas, as empresas deverão esclarecer em 72 horas qual a natureza do contrato entre a francesa Aigle Azur e a Azul Linhas Aéreas e que tipo de serviços foram definidos pela parceria.
Também precisam explicar quantas passagens foram comercializadas através da parceria que foram objeto de suspensão.
“Deverão informar também quais medidas estão sendo adotadas para garantir o cumprimento dos serviços contratados, quantos consumidores já foram atendidos e que tipo de solução foi proposta”, diz comunicado do Procon-SP.
Segundo o órgão, a resposta das empresas será analisada pela diretoria de fiscalização, que poderá ou não abrir um processo administrativo.
Em nota enviada ao G1, a Azul garantiu que vai prestar esclarecimentos ao Procon-SP e disse que interrompeu sua parceria com a Aigle Azur há alguns meses, não comercializando mais os voos de Viracopos para Paris. O comunicado ainda reforça que não há nenhum cliente da Azul nos voos cancelados.
“A Azul também orienta os passageiros que adquiriram suas passagens diretamente com a Aigle Azur que contatem a empresa para tratativas de ressarcimento ou reacomodação, por e-mail ou telefone, já que a Aigle não mantém atendimento presencial nos aeroportos”, diz a empresa.
‘Resgate’ das concorrentes
Segundo a BBC, as companhias Air France, Vueling e Transavia se disponibilizaram a oferecer “tarifas preferenciais” para os clientes afetados pela crise da Aigle Azur.
Diante dos transtornos, o governo francês interveio para negociar, junto a outras companhias, alternativas para levar para casa milhares de clientes da Aigle Azur. A prioridade é viabilizar o retorno de passageiros bloqueados na Argélia e em Portugal.
Paris também se envolveu nas negociações para que um comprador da empresa concretize a aquisição, possível até segunda-feira (9), conforme o prazo estabelecido pela justiça comercial.
O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que existe “uma oferta principal” de compra, mas não deu mais detalhes. “Quero que dê certo e não quero enfraquecer as discussões que estão em curso”, justificou.
Segundo a imprensa francesa, os compradores potenciais são Gérard Houa, um acionista minoritário da Aigle Azur, a Air France ou ainda Lionel Guérin e Philippe Micouleau, ex-dirigentes da Air France.
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redação

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