Mesmo com proposta de reajuste acima da inflação, motoristas deflagram greve e população arca com as consequências

Em assembleia realizada nesta quarta-feira, 9, motoristas das empresas TCCC e Cidade Verde, responsáveis pelo transporte coletivo urbano e metropolitano de Maringá e cidades vizinhas, decidiram entrar em greve a partir das 4h da manhã desta quinta-feira, 10. A paralisação foi aprovada mesmo após as empresas apresentarem propostas com reajustes salariais reais, acima da inflação, e ocorre após duas tentativas de mediação — uma reunião com o prefeito Silvio Barros e outra conduzida pela Justiça do Trabalho.
O movimento paredista foi aprovado com maioria significativa dos votos dos trabalhadores nas duas empresas. Na TCCC, 205 motoristas votaram pela greve, contra 84 que preferiam aceitar a proposta patronal. Já na Cidade Verde, o placar foi de 112 a favor da paralisação e 18 pela proposta empresarial.
Entre os principais impasses estão a ausência de plano de saúde para os trabalhadores e os intervalos intrajornada excessivos, que os motoristas consideram prejudiciais à saúde e à qualidade de vida. Em resposta, a Prefeitura de Maringá comprometeu-se a apresentar, no prazo de 60 dias, um estudo técnico sobre a viabilidade de implantar o benefício. No caso da Cidade Verde, o levantamento será realizado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).
Apesar das propostas de reajuste salarial superior à inflação acumulada, da abertura para negociações e da criação de um grupo técnico para estudar mudanças nos turnos de trabalho, os motoristas decidiram manter a paralisação — decisão que afeta diretamente a rotina de milhares de usuários do transporte público, que agora enfrentam incerteza, atrasos e dificuldades de locomoção.
Empresas de transporte coletivo de Maringá reafirmam compromisso com a população diante de anúncio de greve dos motoristas
A greve deverá impactar todas as linhas operadas pelas empresas na cidade e região, atingindo bairros, distritos e municípios vizinhos como Sarandi, Paiçandu, Marialva e Iguatemi. Até o momento, não há previsão de nova mediação judicial ou avanço nas negociações que possa reverter o cenário no curto prazo.
A população, especialmente os trabalhadores que dependem do transporte público, acaba sendo a maior prejudicada. Enquanto a categoria reivindica melhorias legítimas nas condições de trabalho, cresce a cobrança por equilíbrio, responsabilidade social e soluções que não recaiam sobre quem mais depende do serviço público.



