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‘Confessou um crime de corrupção. Pois bem, corrupto é’, diz deputado Renato Freitas sobre presidente da Assembleia Legislativa do Paraná

Delação premiada sobre recebimento de propina por deputado do Paraná Ademar Traiano veio à tona em processo no Conselho de Ética

O deputado estadual Renato Freitas (PT) afirmou que o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano (PSD), é corrupto. A afirmação foi feita durante sessão plenária de segunda-feira (4).

A declaração foi dada dois dias após a Justiça proibir a Rede Globo e a RPC de noticiarem a delação premiada firmada entre o empresário Vicente Malucelli e o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Nele Vicente Malucelli afirmou ter pago propina a Traiano e ao ex-deputado estadual Plauto Miró, que foi primeiro-secretário do legislativo paranaense.
Segundo o empresário, que gravou as negociações, a propina foi paga para manter contrato da TV Icaraí, do grupo J. Malucelli, para produção de conteúdo da TV Assembleia.

A liminar também se estendeu ao g1, que foi obrigado a retirar do ar reportagem sobre o caso. O material foi republicado nesta quarta-feira (6).
Agora, com a queda da proibição, a partir de decisão do desembargador Rosaldo Elias Pacagnan, o g1 publica esta notícia que permite que o debate da Assembleia Legislativa de segunda-feira (4) chegue à população.

O deputado Fabio Oliveira (Podemos) também usou a tribuna da Assembleia do Paraná para falar sobre a delação.

Algo muito importante foi escondido de nós, paranaenses e que poderia ter mudado o rumo das eleições das últimas eleições das eleições de dois mil e vinte e dois. Algo que interfere não só na dinâmica dessa Casa, mas também na honra e na moral dos cinquenta e quatro deputados estaduais aqui do Paraná“.

O deputado continua o discurso e menciona a delação do empresário Vicente Malucelli.

É caso de corrupção que foi detalhado em acordo de leniência firmado pela televisão Icaraí Limitada e o Ministério Público, em 2020, diretor dessa empresa, que administrava esse contrato público com a TV Assembleia, teria confessado o pagamento de propina aos deputados“.

Outro deputado que repercutiu o assuntou foi Luiz Fernando Guerra (União).

Se a gente fizer esse cerceamento, nós vamos estar maculando a imagem do Parlamento, da Assembleia Legislativa e também da população do Paraná. Portanto, eu peço ao Senhor, por gentileza, não busque. Talvez esconder os fatos, vamos dar a liberdade que a imprensa merece. Vamos atender a população paranaense e que os fatos sejam esclarecidos“, disse Guerra.

O deputado Ricardo Arruda (PL) afirmou, na ocasião, que era necessário esperar.

Nós vamos aguardar pouco pra conversar pra entender direito esse caso, que isso aí foi negócio que pegou todo mundo de surpresa. A gente tem que entender direito o que aconteceu comprovado, se tiver algum erro grave. Óbvio que os deputados têm que se reunir e tomar uma providência, porque nós temos que manter a imagem da Assembleia Legislativa do Paraná. E isso eu acho importante. A imagem do Poder Legislativo“.

Traiano e Miró admitiram ao Ministério Público do Paraná o recebimento da propina e assinaram um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), em dezembro de 2022.
Com esse acordo, eles terão que devolver R$ 187 mil cada e, desta forma, não responderão processo criminal.

O que dizem os citados
A TV Icaraí informou que rescindiu o contrato de Vicente Malucelli em julho de 2021.

A TV Icaraí Ltda. Tem a esclarecer que o senhor Vicente Baptista Malucelli Neto teve o seu contrato de prestação de serviços rescindido na data de 16/11/2021, em razão de condutas incompatíveis com as regras de governança da empresa e, portanto, não integra mais os quadros nem responde por este veículo de comunicação

A defesa de Vicente Malucelli classificou, nesta quinta-feira (7), a nota da TV Icaraí como inverdadeira. Afirmou que Vicente Malucelli é colaborador do Ministério Público nos escândalos de corrupção anunciados.

Disse também que Joel Malucelli é quem foi preso quando a operação aconteceu justamente por conduta incompatível com as regras de governança corporativa.

O grupo J. Malucelli e o empresário Joel Malucelli não se manifestaram.

O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, disse que não pode se manifestar sobre informações que tramitam em segredo de justiça.

O ex-deputado Plauto Miró não retornou as tentativas de contato da reportagem.

O MP-PR disse que os procedimentos investigatórios que estão sob sua responsabilidade já receberam os encaminhamentos que eram necessários para as investigações e que, por ora, não pode se manifestar.
(leia mais no G1)

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