“TV eu tenho em casa, queremos professor!”
Continua, nas redes sociais, a rejeição à contratação de universidade privada de Maringá para ministrar aulas a distância no Novo Ensino Médio 2, no Paraná. Ontem foi a vez de alunos do Colégio Mário de Andrade, de Francisco Beltrão, protestarem pacificamente, levando placas contra o que fez o governo estadual.
Entre as plaquinhas algumas diziam “Fora EAD – Queremos professores – TV temos em casa (…) e mesmo assim fomos expulsos da aula EAD da Unisesumar, eles limitaram nosso direito de lutar por uma educação de qualidade.”
A APP-Sindicato contesta o fato de o governo contratar uma universidade privada para ministrar aulas a distância e informa que estudantes protestam sem dar um pio e são EXCLUÍDOS da aula pela universidade bancada com dinheiro público (R$ 38,4 milhões!)”
Na manhã de 11 de março, estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto, de Cascavel, se recusaram a assistir às aulas dos cursos técnicos implantados na esteira do Novo Ensino Médio. Levaram seus cadernos e materiais de estudo para o refeitório e lá permaneceram.
O que parecia um ato de rebeldia isolado no oeste paranaense se espalhou pelo estado feito rastilho de pólvora. Em poucas semanas, protestos de secundaristas apoiados pelos pais e mães começaram a ser registrados em todas as regiões do estado. A APP-Sindicato mapeou ao menos 18 escolas em pé de guerra até o fim de março.
Diz o sindicato que, no modelo, alunos passam seis períodos – mais de cinco horas – apinhados em sala de aula assistindo a uma TV. Na tela, um professor da Unicesumar [ recentemente vendida por bilhões de reais para um grupo educacional nacional] ministra aulas a dezenas de turmas ao mesmo tempo, sem interação direta com os educandos. A “mediação” é realizada por monitores com formação de Ensino Médio e nenhuma capacitação pedagógica. Estes trabalhadores precarizados recebem bolsa-auxílio de R$ 640 por mês para 20h.
“Desde o início de fevereiro a APP-Sindicato denuncia a farsa televisionada, um sumidouro de dinheiro público que desrespeita professores(as) e a comunidade escolar, precariza a educação e só beneficia a Unicesumar, que arrematou R$ 38,4 milhões para prestar o desserviço”, acrescentou a entidade. (inf Angelo Rigon)