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Acidentes de trânsito diminuem 14% no Paraná em 2020

Medidas de isolamento social tiveram impacto na redução, mas a proporção de acidentes graves se manteve

Excesso de velocidade, falta de atenção, pista molhada, problemas mecânicos e dirigir embriagado são alguns dos diversos fatores que podem provocar um acidente de trânsito, mas a baixa circulação de veículos pode contribuir para uma queda no número de ocorrências. Com as medidas de isolamento social na pandemia, os acidentes de trânsito atendidos pelo Corpo de Bombeiros no Paraná diminuíram 14% no ano de 2020, em comparação com 2019. Porém, a proporção de acidentes de alta gravidade registrados pelo Siate se manteve.
Esse foi o caso do motoboy Daniel da Silva de Mesquita, de 22 anos, que sofreu um grave acidente no dia 27 de dezembro do ano passado. Ele conta que a moto que ele pilotava teria travado a aceleração em uma via com grande deformidade, fazendo com que Daniel batesse em alta velocidade contra o muro de uma casa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Imagens de câmera de segurança registraram o momento em o motoboy passa pelo muro de tijolos após o impacto. “Eu perdi o controle da moto e depois não lembro de mais nada, só quando eu fui para o quarto do hospital após a cirurgia. Meus amigos falam que a moto teve esse problema, mas eu não sei com certeza o que aconteceu. Foi tudo muito rápido”, conta Daniel.

Após ser socorrido pelo Siate, Daniel foi encaminhado para o hospital, onde passou por uma cirurgia. Segundo o coordenador médico do Hospital Universitário Cajuru, José Fernando Pereira Rodriguez, o rapaz teve uma fratura no fêmur e no pulso, mas que, pela força da batida mostrada nas imagens do acidente, o caso poderia ter sido muito pior. “A imagem chama a atenção por causa da velocidade do impacto. A alta energia envolvida na colisão poderia ter resultado em lesões muito mais graves, como traumatismo craniano, fratura de coluna, traumatismo de tórax e outras cirurgias que nós tratamos com frequência em cenas de trauma. Mas a vítima chegou ao hospital acordada, estável e com o fêmur e pulso fraturados, um caso considerado leve para a gravidade do acidente”, diz o médico.

Atendimento de trauma
Mesmo com a queda no número de acidentes de trânsito registrados em 2020, o atendimento a vítimas dessas ocorrências continua delicado. Para os médicos do Hospital Universitário Cajuru, referência em urgência e emergência com 30 profissionais especializados em ortopedia e traumatologia, o grande desafio está em compreender, com rapidez, como aconteceu o acidente e a que tipos de complicações o paciente está exposto com isso. “Em um acidente de moto, por exemplo, o tratamento entra em uma classificação. Mas, pode ter colisão moto com moto, moto com carro, moto com poste, queda de moto… são diversas variáveis na esfera do trauma que tem que ser avaliadas por quem faz o primeiro atendimento para que o médico possa identificar as lesões e o procedimento adequado com rapidez. Ganhar tempo é essencial para salvar a vida das vítimas”, explica o especialista.

A recuperação de Daniel foi rápida e positiva. Pouco mais de um mês desde o dia do acidente, o motoboy já foi liberado para fazer fisioterapia e recuperar os movimentos da perna e pulso. “Hoje eu estou muito feliz, me recuperando bem mais rápido do que eu imaginava. E o atendimento inicial no hospital foi muito importante, a equipe com um todo cuidou muito bem de mim em todos os momentos, o que fez a diferença na minha recuperação”, afirma Daniel.

No Paraná, foram registradas mais de 40 mil ocorrências de acidentes de trânsito em 2020, mas a maioria poderia ter sido evitada. Para isso, é importante avaliar as condições da via e do clima, fazer frequentemente a manutenção do veículo, não dirigir após ingerir bebida alcoólica, evitar falar ou mandar mensagens no celular enquanto estiver dirigindo e sempre manter a atenção redobrada. Para quem presenciar um acidente de trânsito, a principal orientação é ligar para o Siate pelo número 193 e solicitar socorro à vítima. Outra forma de ajudar é isolando a área para evitar novas colisões ou complicações. Qualquer outra atitude, como mexer na vítima ou no veículo, não é recomendada e pode agravar o quadro.

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