Cotidiano
País registra deflação em setembro: veja os preços que mais caíram e os que mais subiram no ano
IPCA recuou 0,04% em setembro, menor resultado para um mês de setembro desde 1998. Com o resultado, índice tem alta de 2,49% no ano e desacelerou para 2,89% em 12 meses. IPCA de setembro fica em -0,04%
O Brasil registrou deflação em setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,04% em setembro, o menor resultado para um mês de setembro desde 1998.
Com o resultado, o índice tem alta de 2,49% no ano e desacelerou para 2,89% em 12 meses. É a primeira vez desde maio de 2018 que o índice fica abaixo de 3% no acumulado em 12 meses – favorecido pela queda dos preços dos alimentos em 2019 e pela fraqueza da economia, que dificulta os reajustes em meio a uma demanda ainda fraca.
Apesar da inflação mais baixa em 2019, diversos itens ficaram mais baratos neste ano, enquanto que outros subiram bem acima do índice geral. Dos 463 itens pesquisados, 174 acumulam em 9 meses alta acima do IPCA (2,49%), enquanto que 289 tiveram uma variação menor ou igual. Ao todo, 119 tiveram variação negativa, ou seja, deflação.
Entre os itens cujos preços mais caíram no acumulado no ano, destaque para alimentos como tomate (-35,52%), laranja da Bahia (-31,17%) e abacate (-28,17%), além de aluguel de veículo (-33,17%) e passagem aérea (-16,85%).
Já na outra ponta, os principais destaques de alta foram feijão-branco (62,24%), cebola (43,63%), batata inglesa (20,16%), feijão carioca (18,28%), gás encanado (16,23%) e energia elétrica residencial (10,92%).
Educação Financeira: por que nem todos sentem a inflação?
O IPCA pondera a variação média dos preços dos bens e serviços considerados mais importantes para os consumidores. O índice é calculado mensalmente pelo IBGE com base no peso destes itens no orçamento de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
Vale lembrar, porém, que a composição dos gastos de cada família varia muito e que nem todos sentem a inflação da mesma forma. As famílias de menor renda, por exemplo, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. As com maior renda reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, tende a sentir mais no bolso uma alta da gasolina. Já quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir.
Historicamente, os gastos com habitação são os que mais pesam no orçamento das famílias brasileiras. Na sequência, aparecem os gastos com transporte e alimentação, conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada na semana passada pelo IBGE.
Por que nem todos sentem a inflação da mesma forma?
Peso do transporte no orçamento familiar ultrapassa o da alimentação pela 1ª vez
Preço do tomate acumula queda de 35,52% no ano e foi item que mais caiu, segundo o IBGE
Rodrigo Scapolatempore/G1
Veja os preços que mais caíram e os que mais subiram no acumulado no ano.
20 maiores quedas
Tomate: -35,52%
Aluguel de veículo: -33,17%
Laranja da Bahia: -31,35%
Abacate: -28,17%
Goiaba: -19,49%
Passagem aérea: -16,85%
Maracujá: -14,41%
Peixe-anchova: -13%
Farinha de mandioca: -12,08%
Televisor: -11,86%
Peixe-tainha: -10,68%
Peixe-vermelho: -9,10%
Peixe-dourada: -8,46%
Coentro: -7,48%
Peixe-cação: -7,43%
Laranja-pera: -7,32%
Café moído: -7,25%
Azeite de oliva: -7,06%
Vidro: -6,45%
Peixe-corvina: -6,09%
20 maiores altas
Feijão-branco: 62,24%
Cebola: 43,63%
Banana-da-terra: 40,32%
Manga: 29,62%
Alho: 27,54%
Feijão-mulatinho: 26,20%
Pimentão: 25,72%
Banana-d’água: 21,46%
Mandioquinha (batata-baroa): 20,18%
Batata-inglesa: 20,16
Feijão-carioca (rajado): 18,28%
Feijão-macassar (fradinho): 17,88%
Mamão: 16,26%
Gás encanado: 16,23%
Quiabo: 15,42%
Peixe-curimatã: 12,14%
Banana-prata: 11,62%
Energia elétrica residencial: 10,92%
Trem: 10,58%
Frango em pedaços: 10,48%
Setembro registra deflação de 0,04%, menor resultado para o mês desde 1998
Alimentos puxam deflação em setembro
Na passagem de agosto para setembro, houve deflação em 3 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. A queda do IPCA foi puxada principalmente pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas, que caíram pelo segundo mês seguido. O grupo foi o maior responsável pela deflação em setembro, com impacto de -0,11 ponto percentual no índice geral.
Já o grupo “artigos de residência” teve deflação de 0,76%, com destaque para a queda nos preços de eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e itens de TV, som e informática (-0,90%).
Do lado das altas, o destaque de alta em setembro ficou com Saúde e cuidados pessoais (0,58%), pressionado pelo aumento dos planos de saúde (0,57%).
Perspectivas e meta de inflação
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida na semana passada de 6% para 5,5% ao ano – a menor da série histórica do BC, que começou em 1986.
A deflação de setembro reforça as apostas do mercado de novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 5,5% ao ano, mínima histórica.
Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,42% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central.
Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,78%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
O Brasil registrou deflação em setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,04% em setembro, o menor resultado para um mês de setembro desde 1998.
Com o resultado, o índice tem alta de 2,49% no ano e desacelerou para 2,89% em 12 meses. É a primeira vez desde maio de 2018 que o índice fica abaixo de 3% no acumulado em 12 meses – favorecido pela queda dos preços dos alimentos em 2019 e pela fraqueza da economia, que dificulta os reajustes em meio a uma demanda ainda fraca.
Apesar da inflação mais baixa em 2019, diversos itens ficaram mais baratos neste ano, enquanto que outros subiram bem acima do índice geral. Dos 463 itens pesquisados, 174 acumulam em 9 meses alta acima do IPCA (2,49%), enquanto que 289 tiveram uma variação menor ou igual. Ao todo, 119 tiveram variação negativa, ou seja, deflação.
Entre os itens cujos preços mais caíram no acumulado no ano, destaque para alimentos como tomate (-35,52%), laranja da Bahia (-31,17%) e abacate (-28,17%), além de aluguel de veículo (-33,17%) e passagem aérea (-16,85%).
Já na outra ponta, os principais destaques de alta foram feijão-branco (62,24%), cebola (43,63%), batata inglesa (20,16%), feijão carioca (18,28%), gás encanado (16,23%) e energia elétrica residencial (10,92%).
Educação Financeira: por que nem todos sentem a inflação?
O IPCA pondera a variação média dos preços dos bens e serviços considerados mais importantes para os consumidores. O índice é calculado mensalmente pelo IBGE com base no peso destes itens no orçamento de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
Vale lembrar, porém, que a composição dos gastos de cada família varia muito e que nem todos sentem a inflação da mesma forma. As famílias de menor renda, por exemplo, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. As com maior renda reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, tende a sentir mais no bolso uma alta da gasolina. Já quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir.
Historicamente, os gastos com habitação são os que mais pesam no orçamento das famílias brasileiras. Na sequência, aparecem os gastos com transporte e alimentação, conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada na semana passada pelo IBGE.
Por que nem todos sentem a inflação da mesma forma?
Peso do transporte no orçamento familiar ultrapassa o da alimentação pela 1ª vez
Preço do tomate acumula queda de 35,52% no ano e foi item que mais caiu, segundo o IBGE
Rodrigo Scapolatempore/G1
Veja os preços que mais caíram e os que mais subiram no acumulado no ano.
20 maiores quedas
Tomate: -35,52%
Aluguel de veículo: -33,17%
Laranja da Bahia: -31,35%
Abacate: -28,17%
Goiaba: -19,49%
Passagem aérea: -16,85%
Maracujá: -14,41%
Peixe-anchova: -13%
Farinha de mandioca: -12,08%
Televisor: -11,86%
Peixe-tainha: -10,68%
Peixe-vermelho: -9,10%
Peixe-dourada: -8,46%
Coentro: -7,48%
Peixe-cação: -7,43%
Laranja-pera: -7,32%
Café moído: -7,25%
Azeite de oliva: -7,06%
Vidro: -6,45%
Peixe-corvina: -6,09%
20 maiores altas
Feijão-branco: 62,24%
Cebola: 43,63%
Banana-da-terra: 40,32%
Manga: 29,62%
Alho: 27,54%
Feijão-mulatinho: 26,20%
Pimentão: 25,72%
Banana-d’água: 21,46%
Mandioquinha (batata-baroa): 20,18%
Batata-inglesa: 20,16
Feijão-carioca (rajado): 18,28%
Feijão-macassar (fradinho): 17,88%
Mamão: 16,26%
Gás encanado: 16,23%
Quiabo: 15,42%
Peixe-curimatã: 12,14%
Banana-prata: 11,62%
Energia elétrica residencial: 10,92%
Trem: 10,58%
Frango em pedaços: 10,48%
Setembro registra deflação de 0,04%, menor resultado para o mês desde 1998
Alimentos puxam deflação em setembro
Na passagem de agosto para setembro, houve deflação em 3 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. A queda do IPCA foi puxada principalmente pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas, que caíram pelo segundo mês seguido. O grupo foi o maior responsável pela deflação em setembro, com impacto de -0,11 ponto percentual no índice geral.
Já o grupo “artigos de residência” teve deflação de 0,76%, com destaque para a queda nos preços de eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e itens de TV, som e informática (-0,90%).
Do lado das altas, o destaque de alta em setembro ficou com Saúde e cuidados pessoais (0,58%), pressionado pelo aumento dos planos de saúde (0,57%).
Perspectivas e meta de inflação
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida na semana passada de 6% para 5,5% ao ano – a menor da série histórica do BC, que começou em 1986.
A deflação de setembro reforça as apostas do mercado de novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 5,5% ao ano, mínima histórica.
Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,42% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central.
Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,78%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.