O Grêmio gastou cerca de R$ 10 milhões para juntar a equipe que, a partir de quarta-feira, disputa a decisão com o Lanús-ARG. O investimento do Tricolor é bem modesto na comparação com rivais diretos na competição e se explica por uma formação a longo prazo, com apostas e jovens da base.
Dos 11 titulares do Grêmio na campanha até a final, quatro passaram pelas categorias de base, três vieram após ficarem livres no mercado e outros quatro custaram algo para assinar.
A montagem do time atual começou em 2014, mas reúne nomes que estavam no clube antes, como os casos de Marcelo Grohe, Arthur, Ramiro e Luan. A lapidação seguiu até este ano, com as chegadas de Michel, Bruno Cortez e Lucas Barrios.
O processo teve influência da política de austeridade, que culminou com as saídas de Barcos, Marcelo Moreno, Giuliano e Zé Roberto. Ao mesmo tempo em que liberou medalhões, o Grêmio passou a promover mais gente da base e a buscar nomes com custo menor no mercado.
Do time que pega o Lanús, o jogador que mais custou aos cofres do Grêmio foi Fernandinho. Contratado em 2014, ainda quando a política de futebol era outra, o meia-atacante demandou investimento de cerca de R$ 6 milhões. A compra foi realizada com auxílio de Celso Rigo, investidor parceiro do Tricolor.
O segundo nome do time titular que mais custou foi Walter Kannemann. O zagueiro chegou em julho do ano passado por R$ 2,5 milhões em negócio com o Atlas-MEX.
Edilson foi contratado pouco antes e fez o Grêmio pagar R$ 1 milhão a Corinthians e Monte Azul-SP.
30 vezes menos que o Palmeiras
Se a base da equipe está pronta há tempos, neste ano o Grêmio tratou de buscar reforços pontuais. Contratou 13 jogadores e gastou R$ 4,1 milhões com todas as operações. A explicação para essa conta é que em apenas três negócios o Tricolor precisou compensar outro clube. A maioria dos jogadores chegou livre em Porto Alegre.
O chamado ‘custo zero’, na verdade, não é literal. As transações sem um terceiro envolvido diminuem as despesas, mas quem assina ainda precisa arcar com luvas. O item do contrato, contudo, é geralmente diluído ao longo do vínculo e reforça o valor mensal pago ao jogador.
O valor gasto pelo Grêmio em 2017 é 30 vezes menor do que aquele investido pelo Palmeiras no mesmo período. O clube paulista, com ajuda da Crefisa, despejou R$ 120 milhões no mercado em reforços. Já o Flamengo pagou R$ 41 milhões para fechar com novos jogadores. O Atlético-MG, por sua vez, desembolsou R$ 10 milhões.
O Palmeiras, por exemplo, pagou R$ 35 milhões por Borja, desembolsou mais R$ 20 milhões para ter Deyverson, R$ 10 milhões na contratação de Guerra e R$ 13 milhões na operação para assinar com Bruno Henrique. A conta chega aos céus com as luvas de Felipe Melo, compra de percentual de Dudu e Fabiano e mais os reforços de Luan, Juninho e Keno.
A diretoria do Grêmio até investiu alto em 2016, com Maicon e Miller Bolaños. Só na dupla, foram pagos cerca de R$ 33 milhões. Mas nem o volante e muito menos o meia-atacante estão no time atual. Maicon teve temporada cheia de lesões e volta apenas no ano que vem. E o camisa 23 foi emprestado ao Tijuana-MEX depois de problemas disciplinares.
O bom desempenho do time ao longo do ano já rendeu aumento para quatro titulares: Geromel, Kannemann, Arthur e Luan. A folha salarial do Grêmio fica na casa dos R$ 8 milhões, mas o custo para formar o time finalista foi bem abaixo do investimento dos rivais brasileiros na Libertadores.
Grêmio e Lanús-ARG se enfrentam nesta quarta-feira (22), em Porto Alegre. O segundo jogo será no estádio La Fortaleza, na cidade de Lanús, no dia 29. (inf Jeremias Werneck/UOL)