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Trabalhadores dos Correios iniciam greve

Os trabalhadores dos Correios em todo o Brasil entram em greve, por tempo indeterminado, a partir de meia-noite, desta segunda-feira (12). No Paraná, a decisão foi tomada, por unanimidade, em assembleias realizadas entre os dias 2 e 5, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa.
Os trabalhadores alegam não suportar mais o sucateamento da empresa que visa a privatização. O extremo da crise são as novas regras sobre o plano de saúde dos funcionários, cuja proposta da empresa foi acolhida pelo Tribunal Superior do Trabalho e será julgada no dia 12. Dentre as principais mudanças no plano, estão a cobrança de mensalidade de titular e dependentes, aumento de 300% no percentual de coparticipação de consultas e exames e exclusão de pai e mãe. Tais mudanças, na avaliação dos trabalhadores, irão inviabilizar o direito à assistência médica.

Hoje, 90% dos trabalhadores dos Correios têm um salário médio de R$ 2,3 mil mensais bruto. Já os cargos de indicação política, tanto nos Correios, quanto na Postal Saúde, são acima de R$ 20 mil acrescidos de gratificações. De acordo com os trabalhadores, o Plano de Saúde é fruto de negociações coletivas de décadas e sua implantação foi como uma contrapartida aos baixos salários da categoria (o menor salário das estatais). Foi uma espécie de anestesia à luta por melhorias salariais e uma resposta às condições de trabalho degradantes.
O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom), Marcos Rogério Inocêncio (China), explica que “a mudança o plano de saúde é o limite do insuportável diante dos ataques que a empresa tem feito aos funcionários”. Segundo ele, os trabalhadores não aguentam mais ver a empresa sendo destruída e ainda tendo que arcam com o ódio dos clientes por problemas dos quais eles não são culpados.

Os atuais, recorrentes e crescentes problemas nas entregas de cartas e encomendas são propositais para manipular a opinião pública contra os Correios, reforçando o apoio a favor da privatização, já em andamento, de acordo com China.
A privatização dos Correios já está acontecendo de dentro para fora. O enxugamento da empresa está se dando por meio de programas de demissões incentivadas, extinção de cargos, fechamento de agências, sucateamento da frota e de maquinário, redução da jornada de trabalho e de salários, terceirização precária de atividades essenciais, aumento no repasse às agências franqueadas em contrapartida ao fechamento de unidades próprias. O déficit apontado pelo atual presidente da ECT, o deputado derrotado em São Paulo, Guilherme Campos (PSD/SP), nada mais é que resultado de má gestão e maquiagem contábil”, esclarece Marcos Rogério Inocêncio (China), secretário geral do sindicato.
China acrescenta que nesta semana, a direção dos Correios acaba de anunciar o fechamento de todas as agências “sombreadas”, ou seja, aquelas que possuem unidades próximas uma da outra, despejando na rua milhares de funcionários concursados por meio de demissão motivada. “O objetivo é enxugar, terceirizar o que restar, acabar com a universalização do atendimento e privatizar os setores mais lucrativos nos grandes centros urbanos, onde gigantes do mercado internacional tendem a concentrar os serviços e criar cartéis com tarifas exploratórias”, denunciou China. (inf Cinthia Alves)

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redação

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