Cotidiano
O país que tem o unicórnio como símbolo nacional
De brasões a esculturas, a criatura mitológica, que é símbolo da identidade nacional, está presente por toda a parte na Escócia. Antes da União das Coroas em 1603, o Brasão Real da Escócia era amparado por dois unicórnios
Pixabay
Em Edimburgo, do lado de fora do Palácio de Holyroodhouse, residência oficial da rainha na capital escocesa, Kenny Hanley, um guia de 74 anos, pode ser encontrado com frequência apontando para uma escultura de pedra no alto do portão de entrada.
A atenção dele está voltada para uma criatura mágica – que, embora poucos saibam, é repleta de significado – enquanto conta uma história quase inacreditável sobre a identidade nacional da Escócia.
Ao dar um passo para trás, é possível ver a imagem completa. Há uma segunda figura de pedra do lado oposto: um leão feroz, coroado, segurando uma bandeira enquanto monta guarda. Mas o olhar de Hanley permanece voltado para a esbelta e mítica criatura acorrentada à nossa direita.
Essa figura que se parece com um cavalo – adornada com um chifre único em espiral na testa – é um unicórnio. E, acredite ou não, o animal é símbolo nacional da Escócia.
Até pouco tempo atrás, todas as conversas sobre unicórnios se restringiam a espaços recreativos infantis cheios de glitter. Ou a uma caixa de cereal com as cores do arco-íris. Raramente era um assunto digno de um debate intelectual. Mas hoje em dia os unicórnios estão por toda parte.
De desenhos animados a filmes, passando pela moda e pelas redes sociais, essas criaturas hoje ocupam um papel importante no imaginário popular. Para completar, 9 de abril é Dia Nacional do Unicórnio na Escócia.
Busque pela hashtag #NationalUnicornDay no Instagram e você vai entrar em um mundo de cupcakes cintilantes e memes multicoloridos.
O portão de entrada do Governor’s Palace é guardado de um lado por um unicórnio de pedra
Pixabay
Em meio a tudo isso, não podemos esquecer da saga Harry Potter, de autoria de JK Rowling, inspirada em muitos lugares reais de Edimburgo e repleta de histórias que envolvem as propriedades mágicas do sangue e do pelo do unicórnio.
Não que nada disso importe para Hanley, que viu seu primeiro unicórnio há mais de 60 anos, quando passava a infância no bairro de Canongate, perto do Palácio de Holyroodhouse.
“É há muito tempo um símbolo de pureza e poder, mas também de virgindade e sutileza”, explica Hanley, que trabalha como guia credenciado da Associação de Guias Turísticos da Escócia.
Quais são outros animais nacionais?
“E esses valores ainda resistem quando se pensa na Escócia hoje. São características incorporadas à psique escocesa.”
Na maioria dos países, o animal nacional acaba sendo um produto da história natural ou da geografia. Na Austrália, é o canguru-vermelho. Na África do Sul, o springbok (chamado de cabra-de-leque ou pequena gazela). A Espanha tem o touro, enquanto a Índia venera o tigre-de-bengala, o elefante e o pavão.
O Canadá celebra o castor-americano; a Rússia, o urso-pardo eurasiático. A Indonésia? O dragão-de-komodo. Afeganistão? O leopardo-das-neves. No Brasil, errou quem chutou tamanduá-bandeira ou tatu-bola: é o sabiá-laranjeira.
E a Escócia? Digamos que o animal deles tem mais a ver com o mundo das fábulas.
Para quem é de fora, tudo isso pode parecer absurdo. No entanto, há dezenas de lugares onde é possível ver o mítico cavalo branco dos contos de fada à solta em Edimburgo – e em toda a Escócia.
Ajustando as fronteiras entre fantasia e realidade, você pode observar lembretes de sua influência em brasões heráldicos, gravuras, moedas de ouro, selos reais, painéis de parede, escudos de armas, túmulos e tapeçarias.
A Escócia celebra o Dia Nacional do Unicórnio todos os anos em 9 de abril
Pixabay
No Palácio de Holyroodhouse, no Castelo de Edimburgo, no Castelo de Craigmillar e na Catedral de St. Giles, todos localizados em Edimburgo, os unicórnios são onipresentes.
Siga em direção ao oeste até o Palácio de Linlithgow, local do nascimento de Mary Stuart, rainha da Escócia no século 16, e você vai encontrar unicórnios bem preservados em uma fonte no pátio interno e no que resta do teto.
Vá agora para noroeste até o Castelo de Stirling, onde a criatura mítica é o tema de suas intricadas tapeçarias, sete recriações tecidas à mão das “Tapeçarias do Unicórnio” (entre as mais valiosas obras de arte do fim da Idade Média; os originais estão agora em exposição no Met Cloisters, em Nova York).
Do Castelo Delgatie, em Aberdeenshire, ao HMS Unicorn (o navio de guerra de madeira mais antigo remanescente da Escócia), em Dundee, passando pelos mercados de Prestonpans e Glasgow, há uma infinidade de unicórnios com uma coroa no pescoço.
Como um novato em unicórnios, eu realmente não tinha ideia de por onde começar. Mas a companhia de um dos principais guias turísticos da Escócia era um bom ponto de partida.
“Onde quer que você vá na Escócia, você pode vê-los”, me disse Hanley.
“Você precisa saber apenas onde procurar. Hoje, as pessoas veem a história pela ótica do século 21, seja pela rede social ou qualquer outra coisa, e perdemos a visão geral de como tudo isso aconteceu. No entanto, há uma linha clara a seguir. O unicórnio é um símbolo construído sobre uma ideologia, e aprender sobre isso abre portas e surpreende. Até eu acho isso quase inexplicável às vezes.”
Esta criatura enigmática tem uma história igualmente complexa e complicada, que se estende por cerca de 3 mil anos. Considerados reais pelos gregos antigos, os quadrúpedes parecidos com cavalos foram mencionados pela primeira vez no século 4 a.C. pelo historiador clássico Ctesias na obra Indica, livro sobre a Índia no qual ele descreve a criatura como um “asno selvagem” com um chifre brotando de sua têmpora.
A crença se espalhou quando o unicórnio apareceu no Antigo Testamento e referências a cavalos míticos foram feitas no Alcorão (o que ainda hoje é alvo de calorosos debates), enquanto a existência de outras criaturas de aparência peculiar, de carne e osso, como o rinoceronte, o oryx e o narval, pouco fizeram para acabar com o mito.
Existe até uma teoria de que unicórnios teriam sumido da face da Terra porque foram simplesmente lentos demais para entrar na Arca de Noé antes do dilúvio.
Com o tempo, a criatura chegou a representar Jesus Cristo, enquanto outros acreditavam que só poderia ser domada por virgens. No século 12, o unicórnio fez sua primeira aparição na Escócia, sendo incluído no brasão real por Guilherme 1° (também conhecido como Guilherme, o Leão).
De acordo com o Museu Nacional da Escócia, reza uma lenda medieval que apenas um rei poderia manter um unicórnio preso, por conta do suposto perigo que representa, algo que pode ter dado origem à sua adoção generalizada.
O que se sabe é que Jaime 2° abraçou a lenda de coração aberto, e o unicórnio se tornou o símbolo de pureza e poder com o qual os reis escoceses e a nobreza se identificavam no século 15. Com o tempo, isso levou o unicórnio a ser oficialmente reconhecido como animal nacional da Escócia.
O que começou com Jaime 2° prosperou com seus descendentes – notavelmente Jaime 3°, Jaime 4° e seu neto Jaime 5° –, que garantiram a aparição da criatura em moedas, selos reais e brasões.
Na verdade, o Brasão Real da Escócia, usado até 1603, antes da União das Coroas (a ascensão do rei Jaime 6°, da Escócia, aos tronos da Inglaterra e da Irlanda), era amparado não por um, mas por dois unicórnios.
Apesar da história fascinante, a criatura mítica continua sendo incompreendida, pelo menos de acordo com um fervoroso fiel escocês. Liam Devlin é o passavante oficial do unicórnio da Escócia, título concedido pela Corte do Lorde Lyon, que ajuda a organizar questões heráldicas escocesas.
Em seu quarto ano na função, Devlin acredita que o verdadeiro significado do unicórnio esteja se perdendo na metáfora.
“Sua importância está sendo afetada por políticos [ao redor do mundo, particularmente quando se trata do Brexit], que utilizam [o unicórnio] como uma imagem de incerteza e pensamento fantasioso”, sugere Devlin, que também é cavaleiro da ordem de Malta e integra a Sociedade Heráldica da Escócia.
Submissão à Inglaterra?
“Alguns nacionalistas escoceses também acham que as correntes do unicórnio simbolizam nossa submissão à Inglaterra. Mas isso é um disparate. As correntes são anteriores ao Ato de União em 1707 [que levaram à criação do Reino Unido da Grã-Bretanha] e mostram a natureza selvagem da besta – não se trata do meu pequeno pônei com um chifre. Então seria bom dar uma aula de história para esses políticos antipatriotas.”
Por quase três décadas, outro escocês, John Donaldson, de 72 anos, trabalhou para trazer os unicórnios de volta às rodas de bate-papo por meio da arte. O escultor de madeira autodidata contribuiu para o legado arquitetônico e heráldico do país como nenhum outro, e as suas obras são impressionantes.
Em particular, Donaldson trabalhou na reforma de sete anos do Castelo de Stirling, recriando as magníficas Stirling Heads – medalhões de carvalho do século 16 esculpidos com imagens de reis, rainhas e nobres que decoram o teto.
“Vai estar no teto por centenas de anos e é um grande legado para deixar para a Escócia”, me disse.
“Esta história não deve ser relegada ao nosso passado, porque é uma parte marcante do nosso patrimônio, e o nosso passado é o nosso futuro. As pessoas vêm aqui para ver história, e sejam castelos ou unicórnios, se trata de uma grande atração e parte do nosso tecido nacional. É quem nós somos.”
Então, se você visitar o Castelo de Stirling ou o Palácio de Holyroodhouse, pode se pegar apontando para uma criatura mágica também. E em meio à realidade – talvez, quem sabe – você possa ver o unicórnio, o animal venerado da Escócia, sob uma ótica totalmente diferente.
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Em Edimburgo, do lado de fora do Palácio de Holyroodhouse, residência oficial da rainha na capital escocesa, Kenny Hanley, um guia de 74 anos, pode ser encontrado com frequência apontando para uma escultura de pedra no alto do portão de entrada.
A atenção dele está voltada para uma criatura mágica – que, embora poucos saibam, é repleta de significado – enquanto conta uma história quase inacreditável sobre a identidade nacional da Escócia.
Ao dar um passo para trás, é possível ver a imagem completa. Há uma segunda figura de pedra do lado oposto: um leão feroz, coroado, segurando uma bandeira enquanto monta guarda. Mas o olhar de Hanley permanece voltado para a esbelta e mítica criatura acorrentada à nossa direita.
Essa figura que se parece com um cavalo – adornada com um chifre único em espiral na testa – é um unicórnio. E, acredite ou não, o animal é símbolo nacional da Escócia.
Até pouco tempo atrás, todas as conversas sobre unicórnios se restringiam a espaços recreativos infantis cheios de glitter. Ou a uma caixa de cereal com as cores do arco-íris. Raramente era um assunto digno de um debate intelectual. Mas hoje em dia os unicórnios estão por toda parte.
De desenhos animados a filmes, passando pela moda e pelas redes sociais, essas criaturas hoje ocupam um papel importante no imaginário popular. Para completar, 9 de abril é Dia Nacional do Unicórnio na Escócia.
Busque pela hashtag #NationalUnicornDay no Instagram e você vai entrar em um mundo de cupcakes cintilantes e memes multicoloridos.
O portão de entrada do Governor’s Palace é guardado de um lado por um unicórnio de pedra
Pixabay
Em meio a tudo isso, não podemos esquecer da saga Harry Potter, de autoria de JK Rowling, inspirada em muitos lugares reais de Edimburgo e repleta de histórias que envolvem as propriedades mágicas do sangue e do pelo do unicórnio.
Não que nada disso importe para Hanley, que viu seu primeiro unicórnio há mais de 60 anos, quando passava a infância no bairro de Canongate, perto do Palácio de Holyroodhouse.
“É há muito tempo um símbolo de pureza e poder, mas também de virgindade e sutileza”, explica Hanley, que trabalha como guia credenciado da Associação de Guias Turísticos da Escócia.
Quais são outros animais nacionais?
“E esses valores ainda resistem quando se pensa na Escócia hoje. São características incorporadas à psique escocesa.”
Na maioria dos países, o animal nacional acaba sendo um produto da história natural ou da geografia. Na Austrália, é o canguru-vermelho. Na África do Sul, o springbok (chamado de cabra-de-leque ou pequena gazela). A Espanha tem o touro, enquanto a Índia venera o tigre-de-bengala, o elefante e o pavão.
O Canadá celebra o castor-americano; a Rússia, o urso-pardo eurasiático. A Indonésia? O dragão-de-komodo. Afeganistão? O leopardo-das-neves. No Brasil, errou quem chutou tamanduá-bandeira ou tatu-bola: é o sabiá-laranjeira.
E a Escócia? Digamos que o animal deles tem mais a ver com o mundo das fábulas.
Para quem é de fora, tudo isso pode parecer absurdo. No entanto, há dezenas de lugares onde é possível ver o mítico cavalo branco dos contos de fada à solta em Edimburgo – e em toda a Escócia.
Ajustando as fronteiras entre fantasia e realidade, você pode observar lembretes de sua influência em brasões heráldicos, gravuras, moedas de ouro, selos reais, painéis de parede, escudos de armas, túmulos e tapeçarias.
A Escócia celebra o Dia Nacional do Unicórnio todos os anos em 9 de abril
Pixabay
No Palácio de Holyroodhouse, no Castelo de Edimburgo, no Castelo de Craigmillar e na Catedral de St. Giles, todos localizados em Edimburgo, os unicórnios são onipresentes.
Siga em direção ao oeste até o Palácio de Linlithgow, local do nascimento de Mary Stuart, rainha da Escócia no século 16, e você vai encontrar unicórnios bem preservados em uma fonte no pátio interno e no que resta do teto.
Vá agora para noroeste até o Castelo de Stirling, onde a criatura mítica é o tema de suas intricadas tapeçarias, sete recriações tecidas à mão das “Tapeçarias do Unicórnio” (entre as mais valiosas obras de arte do fim da Idade Média; os originais estão agora em exposição no Met Cloisters, em Nova York).
Do Castelo Delgatie, em Aberdeenshire, ao HMS Unicorn (o navio de guerra de madeira mais antigo remanescente da Escócia), em Dundee, passando pelos mercados de Prestonpans e Glasgow, há uma infinidade de unicórnios com uma coroa no pescoço.
Como um novato em unicórnios, eu realmente não tinha ideia de por onde começar. Mas a companhia de um dos principais guias turísticos da Escócia era um bom ponto de partida.
“Onde quer que você vá na Escócia, você pode vê-los”, me disse Hanley.
“Você precisa saber apenas onde procurar. Hoje, as pessoas veem a história pela ótica do século 21, seja pela rede social ou qualquer outra coisa, e perdemos a visão geral de como tudo isso aconteceu. No entanto, há uma linha clara a seguir. O unicórnio é um símbolo construído sobre uma ideologia, e aprender sobre isso abre portas e surpreende. Até eu acho isso quase inexplicável às vezes.”
Esta criatura enigmática tem uma história igualmente complexa e complicada, que se estende por cerca de 3 mil anos. Considerados reais pelos gregos antigos, os quadrúpedes parecidos com cavalos foram mencionados pela primeira vez no século 4 a.C. pelo historiador clássico Ctesias na obra Indica, livro sobre a Índia no qual ele descreve a criatura como um “asno selvagem” com um chifre brotando de sua têmpora.
A crença se espalhou quando o unicórnio apareceu no Antigo Testamento e referências a cavalos míticos foram feitas no Alcorão (o que ainda hoje é alvo de calorosos debates), enquanto a existência de outras criaturas de aparência peculiar, de carne e osso, como o rinoceronte, o oryx e o narval, pouco fizeram para acabar com o mito.
Existe até uma teoria de que unicórnios teriam sumido da face da Terra porque foram simplesmente lentos demais para entrar na Arca de Noé antes do dilúvio.
Com o tempo, a criatura chegou a representar Jesus Cristo, enquanto outros acreditavam que só poderia ser domada por virgens. No século 12, o unicórnio fez sua primeira aparição na Escócia, sendo incluído no brasão real por Guilherme 1° (também conhecido como Guilherme, o Leão).
De acordo com o Museu Nacional da Escócia, reza uma lenda medieval que apenas um rei poderia manter um unicórnio preso, por conta do suposto perigo que representa, algo que pode ter dado origem à sua adoção generalizada.
O que se sabe é que Jaime 2° abraçou a lenda de coração aberto, e o unicórnio se tornou o símbolo de pureza e poder com o qual os reis escoceses e a nobreza se identificavam no século 15. Com o tempo, isso levou o unicórnio a ser oficialmente reconhecido como animal nacional da Escócia.
O que começou com Jaime 2° prosperou com seus descendentes – notavelmente Jaime 3°, Jaime 4° e seu neto Jaime 5° –, que garantiram a aparição da criatura em moedas, selos reais e brasões.
Na verdade, o Brasão Real da Escócia, usado até 1603, antes da União das Coroas (a ascensão do rei Jaime 6°, da Escócia, aos tronos da Inglaterra e da Irlanda), era amparado não por um, mas por dois unicórnios.
Apesar da história fascinante, a criatura mítica continua sendo incompreendida, pelo menos de acordo com um fervoroso fiel escocês. Liam Devlin é o passavante oficial do unicórnio da Escócia, título concedido pela Corte do Lorde Lyon, que ajuda a organizar questões heráldicas escocesas.
Em seu quarto ano na função, Devlin acredita que o verdadeiro significado do unicórnio esteja se perdendo na metáfora.
“Sua importância está sendo afetada por políticos [ao redor do mundo, particularmente quando se trata do Brexit], que utilizam [o unicórnio] como uma imagem de incerteza e pensamento fantasioso”, sugere Devlin, que também é cavaleiro da ordem de Malta e integra a Sociedade Heráldica da Escócia.
Submissão à Inglaterra?
“Alguns nacionalistas escoceses também acham que as correntes do unicórnio simbolizam nossa submissão à Inglaterra. Mas isso é um disparate. As correntes são anteriores ao Ato de União em 1707 [que levaram à criação do Reino Unido da Grã-Bretanha] e mostram a natureza selvagem da besta – não se trata do meu pequeno pônei com um chifre. Então seria bom dar uma aula de história para esses políticos antipatriotas.”
Por quase três décadas, outro escocês, John Donaldson, de 72 anos, trabalhou para trazer os unicórnios de volta às rodas de bate-papo por meio da arte. O escultor de madeira autodidata contribuiu para o legado arquitetônico e heráldico do país como nenhum outro, e as suas obras são impressionantes.
Em particular, Donaldson trabalhou na reforma de sete anos do Castelo de Stirling, recriando as magníficas Stirling Heads – medalhões de carvalho do século 16 esculpidos com imagens de reis, rainhas e nobres que decoram o teto.
“Vai estar no teto por centenas de anos e é um grande legado para deixar para a Escócia”, me disse.
“Esta história não deve ser relegada ao nosso passado, porque é uma parte marcante do nosso patrimônio, e o nosso passado é o nosso futuro. As pessoas vêm aqui para ver história, e sejam castelos ou unicórnios, se trata de uma grande atração e parte do nosso tecido nacional. É quem nós somos.”
Então, se você visitar o Castelo de Stirling ou o Palácio de Holyroodhouse, pode se pegar apontando para uma criatura mágica também. E em meio à realidade – talvez, quem sabe – você possa ver o unicórnio, o animal venerado da Escócia, sob uma ótica totalmente diferente.