O financiador oculto
Empresário investigado nas suspeitas de fraudes no INSS por repasse milionário à Precisa, aquela da vacina Covaxin

A propósito do empresário Maurício Camisotti, um dos principais investigados nas suspeitas de fraudes no INSS, também foi citado na CPI da Covid, em 2021, por ter sido responsável por uma transferência de R$ 18 milhões para a Precisa Medicamentos. Reportagem de Luiz Vassallo e Patrik Camporez, em julho de 2021, na revista Crusoé, trazia os seguintes trechos:
Um relatório do Coaf enviado à CPI da Covid no Senado revela a identidade de um financiador oculto da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra da Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro e também está na mira de investigadores por supostas fraudes na venda de testes ao governo do Distrito Federal. Trata-se de um empresário com longo histórico de contratos com um plano de saúde de servidores públicos federais dominado pelo Progressistas.
Segundo o relatório, em maio do ano passado, o dentista e empresário Mauricio Camisotti foi ao banco tentar fazer uma operação de câmbio no valor de 18 milhões de reais em dólares para a compra de testes de Covid. No entanto, o fez em nome da Precisa Medicamentos, da qual não era sócio nem procurador. O banco rejeitou o pedido, mas achou por bem informar ao órgão de controle.
Camisotti afirma que foi ao banco apenas para “endossar” um empréstimo à Precisa, que não teria condições de contrair um valor nessa monta. Com o insucesso da operação, diz ter emprestado os 18 milhões de reais a pedido de Francisco Maximiano, o Max, dono da Precisa. “Foi feito um contrato de mútuo registrado pelo advogado Nelson Willians, e foi feito isso aí, e foi financiado para eles comprarem o teste, porque eles tinham um contrato com o GDF e toda a entrega programada”.
(…) Financiador oculto da Precisa, Camisotti é dono de empresas na área de odontologia, e tem um histórico longo de contratos milionários com o Geap, plano de saúde dos servidores públicos federais, cuja diretoria é indicada pelo Ministério da Saúde, pela Casa Civil e o INSS. Durante os anos em que o empresário firmou contratos, o Geap era um feudo do Progressistas, e a própria Polícia Federal chegou a investigar pagamento de propinas a Ricardo Barros, Ciro Nogueira e Aguinaldo Ribeiro – os inquéritos nunca andaram. Atualmente, sua empresa não é diretamente contratada pelo plano, mas é subcontratada pela Prevident, que prestou serviço ao Geap até o fim de 2019, após a rescisão do contrato. Segundo o Coaf, entre 2016 e 2020, Camisotti e um sócio da Prevident fizeram transações que totalizaram 26,4 milhões de reais”.
Há sete meses, o site Metrópoles revelou pagamentos no valor de R$ 15,5 milhões feitos pelo advogado Nelson Wilians ao empresário Maurício Camisotti, investigado como possível “beneficiário final” da farra dos descontos sobre aposentadorias. Willians é de Cianorte e conhecido como “advogado ostentação”. (via Angelo Rigon)