Gaeco cumpre mandados em Maringá e Arapongas
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Paraná deflagrou hoje a segunda fase da Operação Control-Z, cumprindo 12 mandados de busca e apreensão, sendo oito em Arapongas e quatro em Maringá. As investigações, conduzidas pela 1ª Promotoria de Justiça de Arapongas, tiveram início em 2017 e buscam apurar crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro com possível constituição de organização criminosa, supostamente envolvendo servidores do município, empresários, e ainda ex-presidente da Câmara Municipal de Arapongas (2015-2016).
A apuração é baseada em contrato firmado pela Câmara de Arapongas com uma empresa, com sede em Maringá, contratada em 2013 para digitalização de documentos da casa legislativa. Segundo as investigações, os empresários envolvidos efetuavam pagamentos de propina ao grupo, para manterem o contrato e obterem aditivos, havendo indicação do pagamento de valores que supostamente chegaram a R$ 22 mil, por vários meses, entre 2015 e 2016. Dos mandados cumpridos hoje, expedidos pelo Juízo Criminal de Arapongas, três são cumpridos em gabinetes de servidores na Câmara Municipal de Arapongas, sete em residências, dois em escritórios e três em empresas investigadas.
DENUNCIADOS – Como resultado da primeira fase da operação, promovida em 2017, foram denunciadas quatro pessoas que teriam participação no esquema criminoso: outro ex-presidente da Câmara, que estava à frente do cargo na época dos fatos, o então presidente do Conselho da Comunidade do Município (posteriormente afastado do cargo), na conta de quem eram feitos os depósitos depois repassados ao então chefe do Legislativo), e dois empresários que seriam os responsáveis pelos pagamentos. Essas quatro pessoas também estão sendo alvos de buscas na fase executada nesta quinta. De acordo com a apuração da Promotoria de Justiça, a transferência desses valores ao “laranja” mascarava a real natureza dos depósitos fazendo crer que o vereador apenas quitava uma dívida, caracterizando o ato como lavagem de recursos de origem ilícita.
Com a nova etapa da investigação, que segue em andamento, o Ministério Público busca identificar a participação de outros servidores da Câmara Municipal de Arapongas no esquema, outros empresários que simulavam participação na licitação, além de pessoas ligadas à chefia do grupo criminoso.