Da vereadora ao seu ex-chefe de gabinete, pago com dinheiro público e que ela usava para assuntos particulares: “Claro que você não ia ficar sendo meu advogado eternamente de graça. Não era isso, porque não é nenhum de graça. Isso aí aconteceu na época que ainda a gente estava no trabalho e aonde o seu salário era muito bom, muito bom mesmo pelo serviço que nunca foi desempenhado, tá”
A vereadora Cristianne Costa Lauer (Partido Novo), que esta semana entra na fase decisiva sobre seu processo de cassação por falta de decoro parlamentar (ela é acusada pelo Ministério Público de enriquecimento ilícito, ao utilizar servidor público ocupante de cargo comissionado para tarefas particulares), admite a acusação em áudio obtido na íntegra pelo Maringá News. A mensagem foi enviada ao ex-chefe de gabinete, advogado Bruno Di Lascio, que recebeu recursos públicos através da vereadora para atuar em sua defesa pessoal.
De acordo com o teor da mensagem enviada por aplicativo, é possível constatar a confissão dela sobre os fatos narrados na representação do PT, na Câmara Municipal. A vereadora fala explicitamente que tinha um acordo com o advogado, até então seu chefe da gabinete, para que ele advogasse para ela em troca do cargo.
No áudio, ela fala de valores; ele teria recebido mais de R$ 60 mil para trabalhar para ela. Cris Lauer enviou o áudio ao ex-assessor após ter sido avisada por ele que, como não era mais chefe de gabinete, não poderia continuar advogando pra ela, que teria que contratar um advogado e pagar pelos serviços. O áudio estava guardado, mas chegou o momento de ser revelado. Desde o fim de semana ele está circulando em aplicativos de mensagens onde questiona-se a posição do Partido Novo em relação ao caso.
No áudio ela fala da insatisfação e que ela acreditava que o ex-chefe de gabinete deveria ser grato a ela por ter recebido mais de R$ 60 mil de salário para advogar, e que ele nunca exerceu de fato o papel da chefia de gabinete, conforme Cris mesmo fala, deixando claro que existia um acordo entre os dois para que seu principal assessor, Bruno, advogasse para ela em troca do cargo e do salário.