Ao responder uma seguidora, o prefeito teria usado violência psicológica, moral, de gênero e xenofobia
O prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato, o Delegado Kiq, foi denunciado à Promotoria de Direitos Humanos daquela comarca, comandada pelo promotor Roberto Fonseca de Azevedo, por violência psicológica, moral de gênero e xenofobia contra uma mulher. A denúncia foi feita pelo psicanalista Osésa Rodrigues de Oliveira.
No centro da questão está a forma com que o prefeito tratou a seguidora Ana Moura, ao respondê-la no Facebook. Ele escreveu que ela paga suas contas usando uma expressão chula (xerecard). A mulher é prostituta, atividade no rol de ocupações brasileiras, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Na postagem o prefeito utiliza um linguajar reprovável, e é respondido por Ana Moura. “Antes trabalhando do que pedindo, igual o sr. fez”, disse ela, referindo-se ao fato de o prefeito ter sido condenado recentemente por crime contra a honra de dois jornalistas e uma vaquinha virtual ter sido criada para ajudá-lo a pagar a indenização por danos morais. Recentemente o Delegado Kiq iniciou mais uma polêmica, aio propor através de decreto o fim do local onde se realiza a ExpoParanavaí há 49 anos.
Conforme a Lei Maria da Penha, é dever da polícia proteger a mulher de todo tipo de violência. O que causa estranheza é que, além de ter sua formação no campo do Direito, o sr. Carlos Henrique Rossato Gomes é delegado de polícia. “Aquele que deveria ser o protetor e o garantidor da segurança da mulher, faz-se o violador de seus direitos”, narra o psicanalista, depois de detalhar sobre os tipos de violência que teriam sido cometidos. Na denúncia ele anexou prints com reação por parte de mulheres. “Conforme a lei, qualquer cidadão pode denunciar maus tratos contra a mulher, e como profissional de saúde mental, não posso me calar diante de tamanho desrespeito e afronta, não só às mulheres, já que muitas se ofenderam, mas as leis das quais Carlos Henrique jurou cumprir e defender ao assumir o cargo de delegado de polícia”, assevera. (inf Angelo Rigon)