Cotidiano
Jackson do Pandeiro e Alagoa Grande: Rei do Ritmo influencia turismo e cultura na cidade
Memorial homenageia o artista centenário em Alagoa Grande. Isaías Vicente, de 25 anos, começou a interpretar Jackson após uma gincana escolar. Pórtico do Pandeiro, em homenagem a Jackson do Pandeiro, em Alagoa Grande, na Paraíba
Divulgação/Secretaria de Turismo de Alagoa Grande
A relação de Jackson do Pandeiro com sua cidade natal, Alagoa Grande, no Brejo paraibano, não era das melhores. Foi lá que viveu uma infância humilde, passou fome e perdeu o pai. E de lá saiu, a pé, com a mãe, rumo a Campina Grande. Apesar disso, a cidade ‘louva’ ao rei do ritmo e a história construída por ele.
Para lembrar Jackson, foi construído em 2008 o Memorial Jackson do Pandeiro, no Centro da cidade, uma iniciativa da prefeitura em conjunto com o escritor Fernando Moura e parentes de Jackson, que fizeram doações dos objetos para a exposição permanente no local.
No acervo, muitas peças que contam a história de José Gomes Filho, como fotos, livros, peças do vestuário e instrumentos. Os discos do artista também estão expostos, incluindo o primeiro disco lançado em 1953, doado por um fã de Jackson.
Os restos mortais do artista também estão expostos no Memorial, que recebe atualmente cerca de 1.500 visitantes por semana, segundo a administração municipal. O local é aberto ao público todos os dias e não cobra taxa de visitação.
“O fato de Jackson do Pandeiro ter nascido em Alagoa Grande tem trazido muitos visitantes à sua cidade natal. Com isso, vários segmentos têm se beneficiado desse aumento de turistas”, disse o Secretário de Cultura e Turismo da cidade, Marcelo Félix.
Isaías Vicente, de 25 anos, natural de Alagoa Grande, Paraíba, faz apresentações como o cantor Jackson do Pandeiro para eventos e turistas.
Arquivo Pessoal/Isaías Vicente
Isaías Vicente é ator e, assim como Jackson, nasceu em Alagoa Grande. O jovem teve o primeiro contato com Jackson do Pandeiro por volta dos 10 anos de idade, em uma gincana escolar. Com a imitação, Isaías venceu a gincana.
“Como eu era neguinho, pequenininho e dizia que parecia com Jackson, pela semelhança e também pela ‘umbigada’ que dei em Sebastiana, eu ganhei o festival”, conta Isaías.
Na época, Isaías não tocava e nem cantava. Após a competição, o jovem só voltaria a interpretar Jackson novamente aos 16 anos, quando se envolveu com a dança de rua e a dança popular e passou a ser convidado por alguns grupos para interpretar Jackson dançando.
Por volta de 2014, já estudando canto, Isaías foi convidado pelo ator e diretor Misael Batista, também alagoa-grandense, a interpretar Jackson no espetáculo “A Ópera do Pandeiro”, que retrata vida, obra e morte do rei do ritmo.
Atualmente, além do papel no espetáculo, Isaías tem o projeto solo intitulado “Momento Jackson” e a banda “Forró Jacksonianos”. No projeto solo, o ator se apresenta também no Memorial, recebendo os turistas que visitam o local.
O tempo da participação pode durar de cinco a dez minutos, mas também pode se estender por cerca de 30 minutos, caso Isaías seja contratado para guiar o grupo no Centro da cidade. É suficiente para viver da arte em uma cidade com pouco mais de 28 mil habitantes.
“Minha fonte de renda hoje é a minha arte, desde 2013. Comecei a desenvolver a arte em 2010, assim iniciante, principiante. Em 2013 eu já comecei a desenvolver pequenas oficinas, pequenos trabalhos”, disse.
Para Isaías, Jackson é um gênio. “Eu vejo ele como um gênio da música popular, como um cara inquieto, curioso, no seu jeito de viver e a forma que ele vivia era a forma que ele trabalhava, aquela coisa inquieta… Eu vejo Jackson como um cara inquieto, com uma mente avançada, além do seu tempo. Um cara que demonstrava muita inteligência, vejo como um ‘caba’ inteligente, gênio da música e sempre carregou a humildade”, afirmou.
Isaías Vicente, 25 anos, ganha a vida interpretando Jackson do Pandeiro em Alagoa Grande, na Paraíba
Arquivo Pessoal/Isaías Vicente
*Sob supervisão de Taiguara Rangel
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Divulgação/Secretaria de Turismo de Alagoa Grande
A relação de Jackson do Pandeiro com sua cidade natal, Alagoa Grande, no Brejo paraibano, não era das melhores. Foi lá que viveu uma infância humilde, passou fome e perdeu o pai. E de lá saiu, a pé, com a mãe, rumo a Campina Grande. Apesar disso, a cidade ‘louva’ ao rei do ritmo e a história construída por ele.
Para lembrar Jackson, foi construído em 2008 o Memorial Jackson do Pandeiro, no Centro da cidade, uma iniciativa da prefeitura em conjunto com o escritor Fernando Moura e parentes de Jackson, que fizeram doações dos objetos para a exposição permanente no local.
No acervo, muitas peças que contam a história de José Gomes Filho, como fotos, livros, peças do vestuário e instrumentos. Os discos do artista também estão expostos, incluindo o primeiro disco lançado em 1953, doado por um fã de Jackson.
Os restos mortais do artista também estão expostos no Memorial, que recebe atualmente cerca de 1.500 visitantes por semana, segundo a administração municipal. O local é aberto ao público todos os dias e não cobra taxa de visitação.
“O fato de Jackson do Pandeiro ter nascido em Alagoa Grande tem trazido muitos visitantes à sua cidade natal. Com isso, vários segmentos têm se beneficiado desse aumento de turistas”, disse o Secretário de Cultura e Turismo da cidade, Marcelo Félix.
Isaías Vicente, de 25 anos, natural de Alagoa Grande, Paraíba, faz apresentações como o cantor Jackson do Pandeiro para eventos e turistas.
Arquivo Pessoal/Isaías Vicente
Isaías Vicente é ator e, assim como Jackson, nasceu em Alagoa Grande. O jovem teve o primeiro contato com Jackson do Pandeiro por volta dos 10 anos de idade, em uma gincana escolar. Com a imitação, Isaías venceu a gincana.
“Como eu era neguinho, pequenininho e dizia que parecia com Jackson, pela semelhança e também pela ‘umbigada’ que dei em Sebastiana, eu ganhei o festival”, conta Isaías.
Na época, Isaías não tocava e nem cantava. Após a competição, o jovem só voltaria a interpretar Jackson novamente aos 16 anos, quando se envolveu com a dança de rua e a dança popular e passou a ser convidado por alguns grupos para interpretar Jackson dançando.
Por volta de 2014, já estudando canto, Isaías foi convidado pelo ator e diretor Misael Batista, também alagoa-grandense, a interpretar Jackson no espetáculo “A Ópera do Pandeiro”, que retrata vida, obra e morte do rei do ritmo.
Atualmente, além do papel no espetáculo, Isaías tem o projeto solo intitulado “Momento Jackson” e a banda “Forró Jacksonianos”. No projeto solo, o ator se apresenta também no Memorial, recebendo os turistas que visitam o local.
O tempo da participação pode durar de cinco a dez minutos, mas também pode se estender por cerca de 30 minutos, caso Isaías seja contratado para guiar o grupo no Centro da cidade. É suficiente para viver da arte em uma cidade com pouco mais de 28 mil habitantes.
“Minha fonte de renda hoje é a minha arte, desde 2013. Comecei a desenvolver a arte em 2010, assim iniciante, principiante. Em 2013 eu já comecei a desenvolver pequenas oficinas, pequenos trabalhos”, disse.
Para Isaías, Jackson é um gênio. “Eu vejo ele como um gênio da música popular, como um cara inquieto, curioso, no seu jeito de viver e a forma que ele vivia era a forma que ele trabalhava, aquela coisa inquieta… Eu vejo Jackson como um cara inquieto, com uma mente avançada, além do seu tempo. Um cara que demonstrava muita inteligência, vejo como um ‘caba’ inteligente, gênio da música e sempre carregou a humildade”, afirmou.
Isaías Vicente, 25 anos, ganha a vida interpretando Jackson do Pandeiro em Alagoa Grande, na Paraíba
Arquivo Pessoal/Isaías Vicente
*Sob supervisão de Taiguara Rangel
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