Trabalhadores dos Correios aprovaram para o dia 19 o indicativo de greve nacional. A votação foi realizada nesta segunda (04), em Brasília, durante o XIX Conselho de Representantes Sindicais (Consin). Participaram do evento 31 sindicatos da categoria. A data-base deveria ter ocorrido no dia 1º de agosto.
Os trabalhadores querem a retomada imediata das negociações coletivas diretamente entre Comando Nacional de Mobilização e Negociação e a diretoria da empresa, sem interferências externas. Também reafirmaram que não abrem mão do direito constitucional de se manifestar por meio de greves. Por isso, pedem o início imediato das reuniões da data base dos ecetistas.
Em assembleias realizadas por todo o país, na semana passada, os trabalhadores da ECT rejeitaram a proposta de mediação do vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira, de prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho até 31 de dezembro deste ano, porém, sob a proibição de qualquer manifestação grevista, mesmo com descumprimento por parte da ECT, e sem a garantia de retroativos.
Os funcionários dos Correios reivindicam 8% de reposição salarial, são contra a ameaça de demissão motivada, privatização, fechamento de agências, falta de segurança, falta de funcionários, alterações no plano de saúde, suspensão de férias e horas-extras, reformas trabalhista e previdenciária, entre outros temas.
O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom), Marcos Rogério Inocêncio, explica que até o momento todas as tentativas de negociações com a empresa foram adiadas e, agora, interrompida.
“Queremos o início imediato das negociações com a diretoria da empresa, pois as novas regras da contrarreforma trabalhista começam a vigorar no dia 11 de novembro. Sabemos muito bem que a Lei agora está ao lado da exploração do trabalhador e do extermínio dos direitos adquiridos. A intenção de Temer e de seus comparsas, como Guilherme Campos, é clara: acabar com todos os benefícios conquistados pelos trabalhadores, sucatear os Correios e privatizar. Não há outra saída: ou fazemos a maior mobilização da categoria ou, no ano que vem, não teremos mais pelo que lutar!” disse Inocêncio.
A Federação formalizou carta à ECT para anunciar o posicionamento da categoria pela rejeição da proposta do TST e aprovação do início imediato das negociações do ACT 2017-18. Agora, resta aguardar resposta da empresa e uma nova data para as representações começarem a negociar.