O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), prendeu preventivamente na manhã de hoje o ex-prefeito de Astorga Arquimedes Ziroldo, o Bega (foto), e outras três pessoas no âmbito da Operação Alavanca.
A operação apura a atuação de consórcio público usado ilicitamente por organização criminosa que fraudava licitações para obter vantagem indevida. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra os investigados.
De acordo com a apuração, conduzida pelo Núcleo de Londrina do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e pela Promotoria de Astorga, municípios da região constituíram o Consórcio Público Intermunicipal de Inovação e Desenvolvimento do Estado do Paraná (Cindepar) – sediado em Astorga e presidido pelo ex-prefeito preso na operação – com a finalidade de viabilizar contratações centralizadas pelas administrações públicas para a realização de obras, principalmente de asfaltamento. Verificou-se que as empresas contratadas eram na realidade de propriedade do próprio ex-gestor.
Os investigados atuavam criando empresas frias para participarem de licitações, violando o sigilo dos procedimentos, obtendo vantagem para contratar com o poder público, em prejuízo da concorrência e do mnicípio.
Além de Bega, que foi prefeito por duas gestões em Astorga e também foi prefeito de Pitangueiras, foram presos dois de seus filhos que atuaram na organização das atividades ilícitas, e um “testa de ferro”. Os mandados foram expedidos pelo Juízo de Astorga e cumpridos em Astorga, Rolândia, Londrina e Pitangueiras em sete residências, cinco escritórios e no escritório da Cindepar, localizado na Prefeitura de Astorga. São investigados os crimes de organização criminosa, fraude à licitações, falsidade ideológica, peculato e lavagem de dinheiro. Durante o cumprimento dos mandados, um dos filhos do ex-prefeito destruiu documentos relacionados aos fatos por isso responderá também pelo crime de supressão de documento.
Além da prisão e da busca e apreensão, foram determinadas pelo Juízo medidas restritivas de suspensão de renovação e de novas contratações com o poder público, proibição de frequência ao Consórcio, de contatos entre os investigados, além de outras vedações. (inf Angelo Rigon)