Cotidiano
Dólar alto e viagem marcada: como enfrentar o câmbio e não gastar muito
Última vez que o dólar turismo terminou o dia vendido abaixo de R$ 4 foi em 31 de julho. Dentre as dicas de especialistas estão a compra do dólar aos poucos, não esperar as surpresas do câmbio e evitar ao máximo as compras em cartão de crédito. Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro
REUTERS/Bruno Domingos
O dólar turismo atingiu seu valor máximo de fechamento em novembro, quando chegou a terminar o dia vendido perto de R$ 4,44. Antes disso, a última vez que tinha encerrado os negócios abaixo do patamar de R$ 4 havia sido em 31 de julho. Diante essa alta da moeda americana, a vida do turista que tem viagem marcada para o exterior pode começar a ficar complicada.
Pensando nisso, o G1 ouviu especialistas para saber como enfrentar a volatilidade do câmbio e não gastar muito.
Não dá para prever
A primeira notícia é que é muito difícil estabelecer uma tendência para o câmbio, uma vez que existem fatores que fogem totalmente da previsibilidade. O principal deles é a relação entre oferta e demanda. Mas os juros americanos, brasileiros e gastos no exterior podem influenciar.
Segundo o economista Miguel Daoud, o importante é entender que: para cada mil dólares, a variação de 10 centavos significa 100 reais.
“Então, se você for comprar US$ 4 mil , a variação de R$ 0,10 na cotação daria R$ 400 – uma quantia que você pode tentar economizar na viagem, dispensando alguma compra ou um jantar.”
Lembrando que o dólar comercial tem uma cotação diferente da moeda usada pelas pessoas para viajar. E um dos motivos para o dólar turismo ser mais caro é que as pessoas físicas compram volumes menores que as empresas e outros bancos, então, os custos administrativos, proporcionalmente, são maiores nessas operações.
Compre aos poucos
Uma boa saída, segundo os especialistas, é já ir comprando os dólares parcialmente – sobretudo se a viagem é para os próximos dois meses, por exemplo.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, explica: “É melhor já garantir. Mesmo se na última hora o valor do dólar cair. Mas vai que ele aumenta? Se for o caso dele aumentar muito, boa notícia: o que você já comprou aos poucos vai ser num valor médio. Caso caia, você pode comprar mais depois”.
Daoud concorda: “Vai comprando aos poucos porque dificilmente vamos ter uma alteração no câmbio que você tenha uma vantagem ou uma desvantagem muito grande”.
Educação Financeira: Quando é hora de comprar dólar?
“É muito provável que quem vai viajar pelos próximos dois meses, por exemplo, já tenham comprado passeios, reservado hotel e pago passagens aéreas. Então, daqui para frente é repensar e reduzir a quantidade de compras e programas, por exemplo. Mas não necessariamente entrar no desespero”.
Pesquisar em qual casa de câmbio comprar também pode ser uma boa chance de economia. Segundo Daoud, “têm casas de câmbio com taxas diferentes. Pesquisar é a primeira coisa a fazer, nem que seja para economizar centavos”.
Fuja do cartão de crédito
Tentando fugir do dólar turismo alto, há quem prefira levar o cartão de crédito para fazer compras, pagar jantares e passeios. E aí que mora o problema, segundo especialistas: “É um risco muito grande”, avisa Miguel Daoud.
Domingos explica: “É uma roubada. Primeiro porque vai pagar 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no montante da sua compra. Se você comprar em espécie, o risco é maior por conta da volatilidade do dólar, mas você vai pagar 1,10% (de imposto). Você já sai ganhando comprando em espécie”.
Outro detalhe é que o cálculo do câmbio sobre a conta do cartão não se dá no dia da compra, e sim no dia do fechamento da fatura. “É o risco de um câmbio maior. Além de pagar o câmbio maior – que é uma incógnita – você vai ficar refém da transformação do câmbio. Privilegie dinheiro em espécie porque você vai ter um custo de 5,28% a menos”.
(Correção: o G1 errou ao informar que o IOF para compra de dólar em espécie é de 0,38%. A informação foi corrigida às 14h47)
REUTERS/Bruno Domingos
O dólar turismo atingiu seu valor máximo de fechamento em novembro, quando chegou a terminar o dia vendido perto de R$ 4,44. Antes disso, a última vez que tinha encerrado os negócios abaixo do patamar de R$ 4 havia sido em 31 de julho. Diante essa alta da moeda americana, a vida do turista que tem viagem marcada para o exterior pode começar a ficar complicada.
Pensando nisso, o G1 ouviu especialistas para saber como enfrentar a volatilidade do câmbio e não gastar muito.
Não dá para prever
A primeira notícia é que é muito difícil estabelecer uma tendência para o câmbio, uma vez que existem fatores que fogem totalmente da previsibilidade. O principal deles é a relação entre oferta e demanda. Mas os juros americanos, brasileiros e gastos no exterior podem influenciar.
Segundo o economista Miguel Daoud, o importante é entender que: para cada mil dólares, a variação de 10 centavos significa 100 reais.
“Então, se você for comprar US$ 4 mil , a variação de R$ 0,10 na cotação daria R$ 400 – uma quantia que você pode tentar economizar na viagem, dispensando alguma compra ou um jantar.”
Lembrando que o dólar comercial tem uma cotação diferente da moeda usada pelas pessoas para viajar. E um dos motivos para o dólar turismo ser mais caro é que as pessoas físicas compram volumes menores que as empresas e outros bancos, então, os custos administrativos, proporcionalmente, são maiores nessas operações.
Compre aos poucos
Uma boa saída, segundo os especialistas, é já ir comprando os dólares parcialmente – sobretudo se a viagem é para os próximos dois meses, por exemplo.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, explica: “É melhor já garantir. Mesmo se na última hora o valor do dólar cair. Mas vai que ele aumenta? Se for o caso dele aumentar muito, boa notícia: o que você já comprou aos poucos vai ser num valor médio. Caso caia, você pode comprar mais depois”.
Daoud concorda: “Vai comprando aos poucos porque dificilmente vamos ter uma alteração no câmbio que você tenha uma vantagem ou uma desvantagem muito grande”.
Educação Financeira: Quando é hora de comprar dólar?
“É muito provável que quem vai viajar pelos próximos dois meses, por exemplo, já tenham comprado passeios, reservado hotel e pago passagens aéreas. Então, daqui para frente é repensar e reduzir a quantidade de compras e programas, por exemplo. Mas não necessariamente entrar no desespero”.
Pesquisar em qual casa de câmbio comprar também pode ser uma boa chance de economia. Segundo Daoud, “têm casas de câmbio com taxas diferentes. Pesquisar é a primeira coisa a fazer, nem que seja para economizar centavos”.
Fuja do cartão de crédito
Tentando fugir do dólar turismo alto, há quem prefira levar o cartão de crédito para fazer compras, pagar jantares e passeios. E aí que mora o problema, segundo especialistas: “É um risco muito grande”, avisa Miguel Daoud.
Domingos explica: “É uma roubada. Primeiro porque vai pagar 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no montante da sua compra. Se você comprar em espécie, o risco é maior por conta da volatilidade do dólar, mas você vai pagar 1,10% (de imposto). Você já sai ganhando comprando em espécie”.
Outro detalhe é que o cálculo do câmbio sobre a conta do cartão não se dá no dia da compra, e sim no dia do fechamento da fatura. “É o risco de um câmbio maior. Além de pagar o câmbio maior – que é uma incógnita – você vai ficar refém da transformação do câmbio. Privilegie dinheiro em espécie porque você vai ter um custo de 5,28% a menos”.
(Correção: o G1 errou ao informar que o IOF para compra de dólar em espécie é de 0,38%. A informação foi corrigida às 14h47)