‘Ou minha mulher é sua vice ou meu irmão é candidato contra você’, disse Ricardo Barros a Beto Richa, em 2014
O ex-governador Beto Richa (PSDB), pré-candidato a deputado federal, confirmou que o maringaense Ricardo Barros (PP), atual líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, impôs sua mulher, Cida Borghetti Barros, como sua candidata a vice nas eleições de 2014. “Ou minha mulher é sua vice ou meu irmão é candidato contra você”, disse Ricardo, referindo-se a Silvio Magalhães Barros II (PP), seu irmão mais velho, que chegou a ser lançado candidato pelo PHS, em convenção realizada em Maringá com a presença do presidente nacional do partido.
À época, a mulher de Silvio chegou a dizer em rede social que estava “decepcionada com a politicagem”, já que era de domínio público que a candidatura estava sendo negociada. Na entrevista a um podcast Beto Richa disse que “o problema é o estilo do Ricardo, muito atropelador de tudo”.
Ele contou ao Vibe PodCast que o atual governador Carlos Massa Ratinho Junior, então deputado do PSC, queria ser seu vice, num segundo mandato, cargo que na primeira gestão foi ocupado pelo hoje senador Flávio Arns – que também queria continuar na vice. Richa achou que estava na hora de mudar seu vice e acabou escolhendo Cida Borghetti Barros, hoje conselheira de Itaipu Binacional. Os deputados do MDB haviam garantido que tinham maioria na convenção, de onde sairia o vice; a convenção, histórica, acabou escolhendo Roberto Requião como candidato próprio. A reação da crônica política, lembra Beto Richa, desanimou Ratinho, que desistiu da vice, enquanto Ricardo Barros insistia: “Ou minha mulher é minha vice ou meu irmão é candidato contra você”.
“Perdemos o MDB, o Ratinho não quis e aí meio por exclusão, ‘vamos conversar então com a família Barros’. Aí aconteceu o que aconteceu. Tivemos uma boa relação com a Cida, não incomoda, né?, o Silvio foi meu secretário, embora não tinha acordo nenhum; o Ricardo foi secretário, por um período, de Indústria e Comércio. O problema é o estilo do Ricardo, muito atropelador de tudo. Tivemos um bom convívio, o problema foi depois que eu saí do governo. E aconteceu o que aconteceu [as denúncias contra seu governo], me tiraram até do programa de televisão e, pior, tiraram meu filho. Isso é que foi doído. Só lembrando que o partido que tinha maior tempo de televisão, na coligação, era o nosso, o PSDB, fomos banidos. Depois virou governo [quando Cida Borghetti assumiu após sua desincompatibilização para disputar o Senado], todo o meu pessoal foi para a rua”, disse ele, respondendo pergunta feita por Luiz Neto. (via Angelo Rigon)