Política

Morte de jovens em Londrina: Líder da Oposição na Alep cobra investigação imparcial

Arilson Chiorato (PT) defende autonomia da Polícia Civil e Científica para esclarecer os fatos e confirmar se houve excesso por parte da PM

A morte de dois jovens, de 16 e 20 anos, em Londrina, no norte do Paraná, no último sábado (15), após uma abordagem da Polícia Militar (PM), gerou protestos na cidade. Foram 15 tiros de fuzil contra um carro considerado suspeito, o que levantou questionamentos sobre a conduta dos agentes. Há indícios de que a PM foi responsável pelas mortes, mas apenas uma investigação autônoma poderá esclarecer os fatos.

Na sessão plenária desta terça-feira (18), o deputado Arilson Chiorato (PT), Líder da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), usou a tribuna para cobrar uma apuração imparcial, garantindo que a Polícia Civil e a Polícia Científica tenham autonomia para conduzir as investigações. Segundo o parlamentar, o episódio reflete um problema maior: a crescente insatisfação da população com a Segurança Pública.

Violência policial e insatisfação da população
Para o deputado Arilson, o alto número de protestos que se espalharam por Londrina demonstra a revolta da população. “Não é normal que uma cidade tenha 17 manifestações simultâneas. Isso mostra que as pessoas não confiam no que está acontecendo e querem respostas”, afirmou.

Ele também citou o aumento da letalidade policial no Paraná. Em 2024, o estado registrou 525 mortes em supostos confrontos com a polícia, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Câmeras corporais e outras mudanças
Para que casos como esse não se tornem apenas uma disputa de versões, o deputado Arilson defendeu o uso obrigatório de câmeras corporais nos uniformes e nas viaturas da PM. “Se houvesse imagens da abordagem, não estaríamos dependendo apenas de relatos. Transparência é fundamental para garantir justiça”, argumentou.

Além da investigação, o Líder da Oposição destacou a necessidade de melhorar as condições de trabalho dos policiais. Para ele, a falta de estrutura e apoio emocional contribui para o agravamento da violência. “O governo precisa assumir sua responsabilidade. Segurança Pública não pode ser tratada com descaso”, concluiu.

Renato Freitas ataca governo: ‘Silêncio de Ratinho é cumplicidade
Em seu discurso na tribuna do Plenário sobre o mesmo assunto, o deputado Renato Freitas (PT) responsabilizou o governador Ratinho Junior (PSD) pela crise: “Isso não é omissão: é pacto com a barbárie”.

Freitas comparou a política de Segurança à lógica das milícias: “Repetem que ‘bandido bom é bandido morto’, mas protegem quem lucra com o sangue da periferia”.

O parlamentar lembrou que o Brasil tem a polícia que mais mata e mais se suicida no mundo – “sintoma de um sistema que desumaniza agentes e vítimas”. “Quantos corpos precisam cair para o Estado entender que segurança não se faz com fuzis?”, questionou Freitas.

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