Mesa diretora da Alep reprova fala misógina do deputado Homero Marchese contra bancada feminina
A Comissão Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná reprova a posição defendida pelo deputado estadual Homero Figueiredo Lima e Marchese (Republicanos), que manifestou-se contrário à criação da Bancada Parlamentar Feminina em pronunciamento na sessão de ontem da Comissão de Constituição e Justiça.
Na avaliação do grupo diretivo, a manifestação do referido deputado, durante a fase de discussão do projeto de resolução 5/2022, demonstra profundo desconhecimento e indiferença frente às dificuldades e barreiras impostas às mulheres na sociedade brasileira, e pode ser classificado como retrógrado, machista e misógino.
A proposição assinada pelas cinco deputadas estaduais com cadeira no legislativo estadual altera normas do regimento interno e, além de criar a Bancada Feminina, estabelece que 30% da Mesa Diretora seja ocupada por mulheres.
A Comissão Executiva da Assembleia Legislativa entende que a iniciativa é um importante instrumento para aumentar a representatividade feminina ao quebrar paradigmas do campo político, que é majoritariamente ocupado por homens, e defende a aprovação da proposta das deputadas estaduais Cristina Silvestri (PSDB), Cantora Mara Lima (Republicanos), Mabel Canto (PSDB), Maria Victória (PP) e Luciana Rafagnin (PT).
Marchese afirmou que as mulheres formam a maioria da população e, portanto, não há razão para a criação de um bloco parlamentar que seria representativo das minorias. Ele acrescentou que a reduzida presença feminina no universo político é uma escolha feita pelas mulheres. “Vai estabelecer um benefício para uma minoria que foi escolhida por uma maioria”, disse o deputado.
O deputado Luiz Claudio Romanelli, co-autor da proposta, fez uma manifestação nas redes sociais e lamentou a posição do deputado eleito por Maringá e residindo atualmente em Curitiba. “Com sorriso irônico, ele demonstrou profundo desconhecimento e indiferença frente às dificuldades e barreiras impostas às mulheres na sociedade brasileira. (…) De forma rasa, ele disse em reunião na CCJ da ALEP que “se as mulheres são minorias na Assembleia é porque as mulheres quiseram isso”. A fala contraria tudo que sabemos sobre a problemática da representatividade feminina. Desmerecer a luta de tantas mulheres é lamentável”, escreveu em rede social.
Não é a primeira polêmica que envolve o parlamentar, que chegou a escrever no Facebook que a dor do parto é menor que a da gripe masculina. (inf Maringá News)