Política

“Lave a sua boca para falar de mim”

A vereadora maringaense Cris Lauer (PSC), conhecida por ter sido denunciada pelo Ministério Público por improbidade administrativa (enriquecimento ilícito) e por não participar de audiências públicas oficiais (de saúde a prestação de contas), foi alvo na sessão de hoje de várias críticas. Ela quiser fazer parecer que um evento promovido de moto próprio, mas batizado de ‘audiência’, não foi um ato político-eleitoral.

Depois de usar a tribuna para atacar a administração e colegas (“De qual casa faço parte, da casa da mãe Joana?”, disse, ao cobrar a presença de vereadores no ato realizado na semana passada), o presidente Mário Hossokawa (PP) deixou claro que a audiência pública foi iniciativa da vereadora e não do Legislativo, tratando-se, portanto, de algo particular.

Os convites foram feitos por ela e não pela Câmara. Hossokawa deixou claro que a vereadora nunca foi vista em nenhuma das dezenas de audiências promovidas na casa, por comissões permanentes ou de iniciativa de vereadores ou do poder Executivo.

“Alguém viu alguma vez a vereadora em audiência pública? E ela faz uma audiência pública, particular, chama as amigas dela e quer que todos nós vereadores venhamos aqui aplaudir vossa excelência. Eu não venho em participar de nenhuma audiência nem reuniãozinha da senhora porque eu não gosto da senhora porque vossa excelência até desejou minha morte quando eu estava doente. como vou participar de audiência de vossa excelência? E digo mais ainda: vossa excelência pra falar de algum de nós vereadores aqui tem que lavar a boca”.

Hossokawa lembrou o fato que levou o MP a pedir a cassação do mandato da vereadora do PSC: “Vossa excelência nomeou como chefe de gabinete seu (…) um advogado particular seu, que já vinha trabalhando por vossa excelência em diversas causas, utilizou este chefe de gabinete de advogado em horário de trabalho aqui na Câmara para fazer audiência fora da comarca de Maringá e também na Justiça Federal. E tem mais: o próprio advogado disse ao promotor de justiça, dr. Leonardo [Vilhena]. O mais grave: a senhora nomeou seu advogado como chefe de gabinete seu para não pagar honorário. Ou seja [dirigindo-se à plateia], vocês todos que aplaudiram, foi com dinheiro de vocês que ela pagou o honorário do advogado dela.

“Tem moral para falar de alguém uma vereadora como essa, que não participou de audiência pública nenhuma (…) e agora vem dar uma de paladina da verdade? (…) E tem outro detalhe: a senhora xinga o prefeito todo o dia, xinga diversos secretários com palavras de baixo calão e quer que a secretária venha aqui na audiência pública de vossa excelência? (…) Pessoas que conhecem a senhora não vêm participar de audiência pública (…) Então lave a sua boca para falar de mim”, disse, após lembrar que cumpre seu sétimo mandato, tendo sido secretário e vice-prefeito da cidade.

O vereador Sidnei Telles citou que participou de cerca de sete reuniões no Albergue Santa Luíza de Marilac, com a presença do arcebispo, dos vereadores Ana Lúcia e Mário Verri, do vice-prefeito e secretários, e que esta é uma luta que tem vários vereadores empenhados.

Um dos eventos promovidos pela vereadora que faz questão de não se dar bem com os colegas, repetindo perfil do patronato, foi “derrubado” pelo YouTube. Convocado para discutir a covid, a reunião negacionista defendeu a não vacinação e de todos os cuidados que autoridades médicas sérias recomendaram em relação à doença. (inf Angelo Rigon)

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