Em tempos de pandemia e isolamento social, qual é a melhor decisão?
Seria preparar para engravidar agora? Esperar a curva do vírus achatar? Acompanhar o fim do isolamento social? Todas as alternativas
estão corretas – a questão é saber qual delas se adequa melhor ao seu caso.
Qualquer decisão deve ser bem pensada e ocorrer em conjunto com seu médico.
Em algumas situações, a mulher não pode aguardar para se submeter aos
procedimentos para tentar engravidar. Isso porque o tempo, por exemplo, é um fator que pode comprometer os tratamentos.
Como cada caso tem suas particularidades, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e a Red Latinoamericana de Reproducción
Asistida (Redlara) emitiram uma nota em que “recomendam que os ciclos de reprodução assistida possam ser realizados sob juízo do profissional assistente, em decisão compartilhada com os usuários do serviço, de forma personalizada, fundamentados e bem documentados, com precaução e bom-senso, evitando-se transferências embrionárias neste momento”.
A nota técnica informa que os órgãos consideram a observação das medidas de distanciamento social, com cuidado na preservação dos pacientes e equipes na assistência, bem como as condutas para mitigar a sobrecarga do sistema de saúde local. Além disso, que o adiamento dos tratamentos de reprodução assistida abrange determinados casos
extremamente sensíveis ao tempo e, portanto, inadiáveis, com risco de condenar pessoas a uma infertilidade irreversível – ou seja, esterilidade e, também, o respeito à autonomia do paciente.
“Assim como todo tratamento deve ser, o acompanhamento e condução devem sempre ser individualizados caso a caso”, comenta o médico especialista em reprodução humana Vinícius Stawinksi. “E validando o nosso entendimento e postura frente ao enfrentamento à Covid-19, a pandemia vai passar! Vamos vencer e reverteremos esta situação! Contudo, o tempo também vai passar! E com isso, cenários irreversíveis podem se instalar, caso não tomemos atitude agora. Portanto, discernimento e sabedoria sempre são as palavras-chaves”, explica o médico.
Vinícius Stawinksi
médico especialista em reprodução humana