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Crise na Policia Federal

O diretor-geral da Polícia Federal, o mandaguaçuense Maurício Leite Valeixo (foto), ameaçou deixar o cargo ontem, depois de declarações do presidente Jair Bolsonaro envolvendo o órgão.
Jair Bolsonaro inaugurou uma crise na Polícia Federal. Fez isso ao tentar acomodar na superintendência do órgão no Rio de Janeiro um delegado de sua confiança. “Quem manda sou eu”, declarou. Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, ameaçou exonerar-se do posto. O presidente deu um passo atrás. Aceitou a nomeação de outro delegado. Mas conseguiu alcançar parcialmente seu objetivo, pois forçou a remoção imediata do atual chefe da PF no Rio, Ricardo Saadi, que deixaria o cargo apenas no final do ano. Valeixo não se demitiu. Entretanto, instalou-se na PF uma atmosfera de mal-estar que potencializou o quadro de desgaste do ministro Sergio Moro (Segurança), a quem o órgão está hipoteticamente subordinado”, escreveu Josias de Souza.
Bolsonaro começou a constranger a PF na quinta-feira. Parou para conversar com os repórteres na saída do palácio residencial do Alvorada. Algo que já se tornou um hábito. A certa altura, sem que ninguém perguntasse, declarou: “Vou mudar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O motivo? É questão de produtividade”. A declaração surpreendeu o comando da PF duplamente. Primeiro porque o presidente grudou um selo de ineficiência na biografia de Ricardo Saadi, um delegado respeitado na corporação. Segundo porque o capitão tratou a PF como uma repartição reles, não como um órgão de Estado.

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