Justiça

Superintendente do Dnit é afastado e tem bens bloqueados

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Paraná, engenheiro José Carlos Beluzzi de Oliveira, foi afastado do cargo por causa da Operação Rolo Compressor, realizada ontem pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Receita Federal. Ele e outros quatro servidores também tiveram os bens bloqueados. Beluzzi teria sido indicado pelo cargo pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal. O escritório regional do Dnit fica em Londrina, mas Beluzzi reside em Maringá. Ele é funcionário público federal desde dezembro de 1981. O órgão trabalhou na construção do Contorno Norte, que foi alvo de denúncias de superfaturamento, e viabiliza o Contorno Sul Metropolitano, ambos iniciativa do parlamentar. No ano passado Belluzi participou da assinatura da ordem de serviço de oito viadutos do Contorno Norte.

A Operação Rolo Compressor investiga supostos desvios de R$ 60 milhões na duplicação de um trecho de duplicação da BR-163, na região oeste e apura ainda o pagamento de vantagens indevidas. Em Cascavel, segundo a Caetv, alguns mandados foram cumpridos. As suspeitas iniciaram a partir de denúncias de pagamento de vantagens indevidas a servidores da Superintendência Regional do DNIT no Paraná por empresas contratadas pelo órgão. Até o momento, as investigações já evidenciaram elementos consistentes que indicam o recebimento de vantagens indevidas, consubstanciadas em movimentação de dinheiro em espécie sem lastro nos saldos bancários declarados e ocultação de patrimônio em nome de terceiros.

Um dos contratos objeto da investigação, referente a obra de duplicação de trecho da rodovia BR-163/PR, possui valor atualizado de mais R$ 700 milhões, sendo que trabalho de auditoria da CGU apontou sobrepreço e superfaturamento de R$ 60 milhões. Beluzzi foi nomeado para o cargo, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em novembro de 2020.

Segundo o Jornal de Brasília, a Justiça Federal de Curitiba expediu os mandados que foram cumpridos no Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. As buscas envolvem 125 policiais em 26 locais, além da prisão de um dos investigados e o afastamento cautelar de cinco servidores públicos e bloqueio dos seus bens. A investigação foi iniciada em 2015 e inclui suspeitas de fraudes em contratações e execução de obras públicas, incluindo superfaturamento e sobrepreço, com objetivo de desviar recursos públicos, bem como atos de corrupção e lavagem de dinheiro, com sinais de funcionamento há mais de uma década.
Os alvos da operação são servidores públicos do Dnit e empresas responsáveis pela execução e supervisão de obras contratadas pelo órgão no Paraná. (inf Angelo Rigon)

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