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Discursos inflamados a favor da liberação das armas, da redução da maioridade penal, da reforma trabalhista, da pena de morte e com muitos elogios a Jair Bolsonaro.
No luxuoso salão do World Trade Center de São Paulo, a presença de estrelas da fina flor do reacionarismo nacional, como o tucano Rogério Marinho e o mega-empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo e alvo constante de denúncias por trabalho escravo. Teve até palestra com show de histrionismo a la Janaína Paschoal de João Dória Júnior e lamentações pelo não comparecimento do deputado Marcos Feliciano e do senador Ronaldo Caiado.
Assim foi o 3º Congresso do MBL, o movimento da direita jovem , que avança pelo país de forma preocupante. Segundo relato de João Filho (site The Intercept-Brasil) que , meio camuflado, conseguiu participar do evento, no painel sobre reforma trabalhista o ponto de vista do trabalhador foi convenientemente ignorado. E não foi ignorado por acaso. Afinal, o fundador e um dos financiadores do Movimento Brasil Livre chama-se Renan dos Santos, um grande empresário de pouco mais de 30 anos e réu em pelo menos 45 processos trabalhistas.
Não sei se foi nesse congresso ou em outra reunião ampliada que apareceu o vereador maringaense Homero Marchese, recebendo elogios e abraços de Kim Kataguiri e outras lideranças nacionais do Movimento Brasil Livre. Mas não importa. O fato é que o MBL não se restringe mais a um pequeno grupo de jovens neofascistas de São Paulo e nem está aqui a passeio.
Maringá também já sente os reflexos do ódio disseminado a partir da Avenida Paulista, palco preferido por direitistas paulistanos de todos os matizes. Um ódio, é bom lembrar, que foi lançado na atmosfera política brasileira por Aécio Neves e oxigenado pelo discurso raivoso e inconsequente do tucano, após perder a presidência da república em 2014.
Quem, em Maringá, acompanha o episódio da Comissão Processante que investiga na Câmara Municipal a falta de decoro de Homero Marchese, ora suspensa por liminar da Justiça, sabe bem do que estou falando. Marchese é o principal representante do MBL por essas bandas, e com um número de seguidores surpreendente. É fácil perceber que o grupo de apoiadores do polêmico vereador anda com a faca nos dentes e o sangue nos olhos. Que o diga o jornalista e blogueiro Angelo Rigon, agredido fisicamente por um marchesista militante.
Messias Mendes
jornalista