Mulheres e Café: Do Proibido ao Protagonismo

No Café Tamura, o aroma do café não vem sozinho. Ele traz consigo histórias, conquistas e uma
homenagem especial às mulheres que fazem desse universo um espaço cada vez mais inclusivo.
Neste Dia Internacional da Mulher, o Café Tamura convida seus clientes a uma reflexão sobre o papel feminino na cafeicultura – um caminho que foi, por muito tempo, árduo e restrito, mas que hoje se transforma em protagonismo.
Um passado de restrições
Durante os séculos XVIII e XIX, os cafés eram territórios masculinos. Eram pontos de encontro onde se discutiam política, negócios e cultura. Para as mulheres, o simples ato de frequentar esses espaços era malvisto. Em muitos lugares da Europa, especialmente na França e na Inglaterra, era considerado inadequado que uma mulher respeitável fosse vista em um café sem estar acompanhada por um homem.
Esses estabelecimentos eram também espaços onde se organizavam revoluções e movimentos intelectuais, e a presença feminina era vista como uma ameaça à ordem social vigente.
Mas o tempo, aliado à resiliência feminina, mudou essa história. No início do século XX, com as transformações sociais e a luta pelo voto feminino, as mulheres começaram a reivindicar seu espaço – inclusive nos cafés. Nos anos 1920, em Paris, escritoras e intelectuais como Simone de Beauvoir e Colette começaram a frequentar os cafés de Montparnasse, desafiando normas sociais e ampliando as fronteiras da participação feminina nesses ambientes. O café deixou de ser um espaço exclusivamente masculino e passou a ser um ponto de encontro para discussões culturais e artísticas que envolviam também as mulheres.
No Brasil, a presença feminina no setor cafeeiro também teve suas lutas. Durante o ciclo do café no
século XIX, as mulheres, em sua maioria, trabalhavam nas lavouras sem reconhecimento. Apenas no século XX, com a modernização das fazendas e a inserção das mulheres no mercado de trabalho
formal, elas começaram a ocupar cargos de maior visibilidade na cadeia produtiva do café.
Mulheres que moldam o mundo do café
Hoje, as mulheres ocupam todas as etapas da cadeia cafeeira. Estão no plantio, na torra, na
comercialização e, claro, na arte do barismo. Grandes nomes femininos se destacam pelo mundo:
● Agnieszka Rojewska (Polônia) – Primeira mulher campeã mundial de barismo em 2018.
● Joo Yeon Jeon (Coreia do Sul) – Vencedora do Campeonato Mundial de Baristas em 2019.
● Emi Fukahori (Suíça) – Campeã Mundial de Brewers Cup, uma das mais prestigiadas competições de preparo de café filtrado.
● Lem Butler & Tracy Allen – Baristas e educadoras que promovem a diversidade no mundo do café.
A presença feminina no café não se limita apenas a esses nomes. Em fazendas, cafeterias, torrefações e competições, elas vêm moldando o futuro da bebida mais querida do mundo.