Com jogada de mestre Governador Ratinho Jr e Jair Bolsonaro “dominam” o estado do Paraná
(do Blog Politicamente)
Mais do que sangue frio. Gelo no sangue! Esta foi a estratégia adotada pelo governador Ratinho Junior, que por algumas semanas observou, observou e observou o xadrez político nas principais cidades do Paraná e, cirurgicamente, agiu para mover as pedras certas no tabuleiro, encurralando adversários e até aliados políticos — uma jogada que daria inveja ao enxadrista Kasparov.
Ratinho se reuniu ontem (27), em Brasília, com Jair Bolsonaro e desembarcou no Afonso Pena com uma penca de novidades — compartilhadas com poucos aliados estratégicos e de primeira hora. O Blog Politicamente teve acesso às principais decisões tomadas no encontro entre Ratinho e o Capitão. E aquele papo de que Bolsonaro vetaria aliança do PL com o PSD já foi para as cucuias, mas serviu para esticar a corda forçando o governador a pedir uma audiência com o ex-presidente e firmar compromissos. A quase filiação de Beto Richa no PL, por exemplo, por pouco não estragou os planos do Palácio Iguaçu.
O resumo desta reunião é o seguinte: Ratinho refez a ponte com o ex-presidente, fez uso da sua força política no Estado, com projeção para 2026, e trouxe o PL para debaixo do braço. As costuras feitas têm efeito direto na eleição municipal de 2024 no Paraná, mas todas elas foram pensadas e alinhavadas com olhos para 2026. Das duas vagas ao Senado Federal em jogo, uma vai ser indicada por Ratinho e outra pelo PL. Mas sobre o Palácio Iguaçu, nenhuma definição até agora.
PL na vice de Eduardo — Em Curitiba, foi batido o martelo. O PL vai ter a vice de Eduardo Pimentel — não necessariamente será Paulo Martins. O acordo é que o partido de Bolsonaro indicará o nome que vai andar com Pimentel em 2024. A decisão da vice frusta os planos de muitos partidos aliados que esperavam tensionar nesta negociação.
Em Maringá e Londrina — Em Maringá, o PL vai trabalhar unido, com promessa de visita de Bolsonaro à Cidade Canção durante a campanha, além de muitos vídeos para as redes sociais, para eleger o Delegado Jacovós prefeito. O deputado terá Bolsonaro, o governador Ratinho e o atual prefeito Ulisses Maia como cabos eleitorais. Movimentação acertada em Brasília, que certamente retardou o sono de Ricardo Barros — cujo reduto eleitoral é Maringá. Silvio Barros, que chegou a posar com Ratinho no Palácio ao anunciar a pré-candidatura, terá de arquivar a fotografia.
Na cidade de Londrina, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, a certeza é de que PL e PSD andarão de mãos dadas. Mas a conjuntura será definida entre o deputado federal Filipe Barros e o governador Ratinho. Muito provavelmente, as tratativas de Filipe Barros com Tiago Amaral serão imediatamente retomadas e o filho do conselheiro do Tribunal de Contas, Durval Amaral, deve ser o nome dos mais recentes BFF (Best Friend Forever) PL e PSD — apesar da recente filiação de Bruno Ubiratan.
A negociação devolve a paz de espírito dos Amaral, que já vinham sendo informados de uma ordem do Palácio para que a deputada Cloara Pinheiro se aprumasse para disputar a prefeitura de Londrina. O maior adversário da dupla Filipe/Tiago será o PP de Ricardo Barros e do prefeito Marcelo Belinati que escolheu a atual secretária Municipal de Educação, a professora Maria Tereza, como sucessora.
É hora, não só de Ricardo Barros, rever a estratégia política nas grandes cidades do Paraná. Ratinho movimentou suas peças e ameaça o rei de muitas legendas. Agora, só depois da eleição, é que saberemos se o governador conseguiu aplicar o xeque-mate tanto nos adversários quanto em alguns aliados políticos. (leia mais)