Presos que estão detidos na cadeia pública de Umuarama, no noroeste do Paraná, estão rebelados desde o final da noite de quarta-feira (27). O local fica anexo ao prédio da delegacia da cidade, abriga 260 presos e tem capacidade para 64.
Segundo a polícia, os detentos se aproveitaram de um protesto de moradores em frente à delegacia para sair aos poucos das celas. Eles começaram com um pequeno motim e depois se rebelaram, ainda de acordo com a polícia.
O protesto ocorreu após a prisão de Eduardo Leonildo da Silva, 32 anos, suspeito de ter matado a menina Tabata Fabiana Crespilho da Rosa, que tinha 6 anos.
Durante a manifestação, que encerrou por volta das 4h desta quinta (28), os moradores tentaram invadir a delegacia.
Segundo um balanço divulgado pela Polícia Civil por volta das 10h, a revolta terminou com 12 veículos destruídos, sendo seis carros policiais, quatro de imprensa local, e dois veículos particulares. Desses, oito foram incendiados. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) emitiu nota sobre o vandalismo.
Em nota, a Polícia Civil informou que paralelamente ao inquérito policial referente a prisão do suspeito autuado pela morte da menina Tábata, outro inquérito policial será aberto para apurar rigorosamente os danos causados ao patrimônio público.
O homem confessou o crime e foi transferido da delegacia por questões de segurança. O local para onde ele foi levado não foi divulgado.
O delegado-chefe da Polícia Civil de Umuarama, Osnildo Lemes, disse que o suspeito de matar Tábata já responde por outro homicídio contra uma adolescente de 15 anos, em Chopinzinho, em 2010. Ele responde em liberdade por este crime.
Na manhã desta quinta (28), a Polícia Militar (PM) informou que o interior da cadeia foi destruído pelos detentos. Até a publicação da reportagem, uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Curitiba está a caminho do local para ajudar a Polícia Civil nas negociações.
As ruas que ficam no entorno da delegacia estão interditadas. Prédios do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal, que funcionam anexos à delegacia, também estão interditados. (inf G1)