Especialistas ouvidos pelo portal G1 afirmam ter havido “aparente excesso” e “conduta inadequada” por parte do policial militar que reagiu a uma tentativa de assalto e matou três assaltantes durante uma corrida do Uber em Cidade Líder, na Zona Leste de São Paulo, no último sábado (5).
Imagens de câmeras de segurança registraram toda a ação. Já para o Secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, o policial agiu em “legítima defesa”.
De acordo com o advogado Ariel de Castro, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, o PM estava realmente se defendendo, mas “aparentemente houve um excesso do exercício de legítima defesa”. “A partir do momento que ele agride um que já estava rendido, caído no chão, e persegue outro que já tinha fugido, ele se excede na utilização dos meios necessários para se defender”, justificou ele.
O defensor disse que a ação do PM tem de ser investigada pela Corregedoria e, caso comprovado o excesso, o policial deve ser responsabilizado. “Tem que se analisar a conduta dele. Ver se era necessário atirar para matar. Todos os disparos que ele fez foi no sentido de matar e não de render. Eles são treinados para imobilizar. Primeiramente para imobilizar”.
O coronel da reserva da PM, José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança, discorda das críticas quanto ao direcionamento dos disparos do policial. “É um momento de tensão, em que a reação de defesa tem de ser em questão de segundos. Se você procurar uma área não letal, pode morrer na hora que estiver procurando. O treinamento policial é para uma reação rápida”, explica.
Segundo o coronel, os disparos têm de ser feitos visando a região do tórax, que, segundo ele, é a maior superfície do corpo humano disponível e, por isto, minimiza as chances de erro.
Vicente conta que utiliza o termo disparos, no plural, porque o próprio protocolo indica a efetuação de dois tiros subsequentes. “Dois porque o primeiro você pode errar. Por isso que nos confrontos entre policiais e criminosos você tem mais mortos do que feridos. O policial não atira para ferir, mas para neutralizar”.
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