Na manhã desta quinta-feira (12), o comandante da PM de Sarandi, capitão Alexandro Marcolino Gomes, quando se dirigia para o ponto de encontro marcado para deflagrar uma operação conjunta com a Guarda Municipal, passou por uma inesperada situação que certamente marcará sua vida.
“Hoje por volta de 7h35, quando estava me deslocando para o trabalho, percebi que no ponto mais alto do viaduto da Avenida Guaiapó, em Maringá, havia uma mulher gritando com alguém e quando olhei pro outro lado da via, vi uma pessoa sentada no alto do alambrado. Se tratava de uma adolescente de 14 anos, com uniforme de um colégio estadual, que estava com as pernas para o lado de fora do parapeito e de costas as vias da Guaiapó. Acelerei e fiz a volta rapidamente, desci da viatura, pulei a proteção de concreto e me lancei no alambrado pra segurar a pessoa que já estava iniciando a queda, puxando-a para baixo! Pra mim, foi algo de Deus eu ter escolhido ir por aquele caminho hoje, pois não é o meu trajeto habitual“, relatou o policial.
O capitão parou a viatura atrás da adolescente, que não percebeu sua aproximação, ele conseguiu segurá-la pela mochila e pela blusa.
A mulher que gritava e chamou a atenção do capitão, vendo que a situação estava sob controle, deixou o local em seguida mais tranquila.
A conversa que manteve com a garota fez o capitão repensar no comportamento social da juventude e na vida em família: “Com base na breve conversa que tive com a adolescente, entendi que ela compõe a geração que simplesmente não consegue lidar com frustrações, mesmo ela negando que estava ali por conta de namorado ou coisa do gênero. Entendi também que a instituição família (dela) não funciona de acordo e isso pode ter gerado a vontade e decisão ao suicídio, esclareceu Alexandro.“
Em Maringá, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde, apenas neste ano, até o dia 23 de maio, foram notificadas 200 tentativas de suicídio, sendo 150 por jovens e adultos do sexo feminino. Mas sabe-se que os números podem ser dez vezes maiores.
Com o sinal de alerta ligado, a secretaria de Saúde vem intensificando os trabalhos do Comitê de Prevenção e Posvenção do Suicídio. Um trabalho importante também é feito por voluntários do Centro de Valorização da Vida, o CVV, que mantém atendimento 14 horas por dia, por meio do 141 e 188. (inf Maringá Post)